Incentivo à Leitura na RMR e Goiana
"Livro: gênero de primeira necessidade.“
- Ziraldo
A leitura nem sempre esteve presente na história da humanidade, sendo uma de suas mais antigas formas de manifestações e exerce uma profunda influência nos seres humanos, tendo papel importante em diversos âmbitos, como na política, na psicologia, na comunicação, nas artes, nas diversas ciências, entre outros. É um dos meios pelo qual se obtém conhecimento das mais diversas áreas facilitando então, a argumentação e vocabulário para a produção de um texto oral ou também escrito. Além disso, sua presença no cotidiano da população é relevante para definir os gostos, as preferências e a expressão cultural de um povo. Em entrevista à BBC, a neurocientista americana Maryanne Wolf aponta que "ler é um conjunto adquirido de habilidades que permite fazer novas conexões entre regiões visuais, da linguagem, de pensamento e emoção". Segundo ela, "a habilidade de ler não existe naturalmente dentro de nossa cabeça. Cada pessoa que aprende a ler tem que criar um novo circuito em seu cérebro." É isso que abre portas para um novo mundo!
O acesso ao livro e à leitura é, ainda, um elemento fundamental para o exercício dos direitos humanos, ao direito à educação e à participação ativa na vida cultural e ao desenvolvimento da personalidade humana. Diversas pesquisas mostram que a leitura no cotidiano das pessoas contribui para o desenvolvimento de raciocínio, promove o equilíbrio e proporciona uma sensação de bem-estar. Ela também faz parte da evolução de compreensão social dos indivíduos, já que ao aprenderem a ler, eles podem ser transformados socialmente por ela. Em seus estudos, o Patrono da Educação Brasileira, Paulo Freire, ressalta que ler vai além de decodificar signos linguísticos; é preciso buscar a compreensão do lido para compreender o contexto vivido e assim libertar-se das ideologias que impedem de buscar condições éticas para construir uma sociedade solidária: “A leitura do mundo precede a leitura da palavra”, afirmou na sua obra clássica intitulada 'A Importância do Ato de Ler (1988)', uma referência universal sobre o processo de alfabetização.
Segundo o 'Manifesto da UNESCO', mundialmente instituído em 1949, a biblioteca pública deve ser, por excelência, a porta de acesso à informação, com disponibilização de forma acessível em vários suportes, e para todos usuários. Atualizado desde então conforme as transformações da sociedade, proclama a crença da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) na biblioteca pública como uma força viva para a educação, cultura, inclusão e informação, como um agente essencial para o desenvolvimento sustentável, para o desenvolvimento da paz e bem-estar espiritual de todos os indivíduos e em todas as nações. Em sua mais nova edição, a 'IFLA-UNESCO Public Library Manifesto (2022)', considera as mudanças na tecnologia e na sociedade para garantir que o referencial global da advocacia das bibliotecas continue a refletir a realidade e a missão das bibliotecas públicas no mundo contemporâneo destacando a contribuição delas para o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e construção de sociedades mais equitativas, humanas e sustentáveis.
Especialmente nos países em desenvolvimento, as bibliotecas ajudam a garantir que os direitos à educação e à participação na sociedade do conhecimento e da vida cultural da comunidade estejam acessíveis ao maior número possível de pessoas. No Brasil, o reconhecimento do papel da leitura ganhou seu primeiro grande marco legal e tornando-se política pública cultural permanente através de lei apenas em 2018 (o PNLB). Apesar disso, ainda segue com poucos quadros e infraestrutura, tendo se efetivado minimamente em nosso estado apenas através de alguns circuitos permanentes de grandes eventos, iniciativas pontuais em escolas (principalmente estaduais) e algumas parcerias em cidades com projetos da sociedade já renomados - como é o caso do SESC Ler, o Sesi Usina de Conhecimento, ou até mesmo principalmente por meio das bibliotecas comunitárias periféricas. Contudo, as políticas culturais oficiais ainda não estão enxergam esses grupos: queremos registrar isso para dar também visibilidade ao seu papel.
Fruto, em grande parcela da fragilidade dos sistemas de cultura ainda fortemente perceptível, com conselhos e mecanismos de incentivo pouco consolidados, além de impactantes casos de corrupção, como o recentemente denunciado de compra de centenas de obras literárias com sobrepreço pela Alepe, alvo de investigações. Apesar de tudo, a capital e o cenário de Pernambuco deu origem a muitos expoentes da literatura nacional, aqui ainda são produzidos os livretos de literatura de cordel (estórias contadas em versos populares). Hoje, celebramos a capilaridade em todo o estado de diversas iniciativas, que alimentam esta expressão cultural que mais aflora o conhecimento nas pessoas, ativando todo seu potencial de saber. No vídeo abaixo, o especialista Alberto Manguel explica brevemente como o acesso à literatura nos transforma.
Como a Literatura nos Transforma, de Alberto Manguel
As origens em Pernambuco
A tradição literária em Pernambuco tomou grande vulto, a partir de 1852, com a criação da Biblioteca Pública Provincial, através da Lei nº 293, obrigando as tipografias a lhe remeterem um exemplar de todas as publicações editadas. O seu primeiro regulamento foi aprovado e publicado em 1874. À época de sua criação, a literatura em Pernambuco residia no Gabinete Português de Leitura (em Recife), nas estantes particulares, nos compêndios e na bibliografia da Faculdade de Olinda. A primeira instalação da Biblioteca Pública foi junto ao Liceu Provincial, que deu origem ao Ginásio Pernambucano, onde funcionava o Hospital Paraíso, situado na Avenida Dantas Barreto e que hoje correspondente ao Edifício Pernambuco.
No ínterim de algumas mudanças de sede, com a Proclamação da República, ela passou a chamar-se Biblioteca Pública do Estado de Pernambuco. Posteriormente, estabeleceu-se no Prédio do Arquivo Público Estadual, na Rua do Imperador, até que, em 1971, no governo de Nilo Coelho, foi transferida, definitivamente, para sede própria, em prédio com instalações específicas e dentro das normas da moderna arquitetura.
A BPE é uma das mais ricas do Brasil em edições raras, constituindo um importante patrimônio pelo seu vasto acervo que inclui obras dos tempos coloniais e do império, do período holandês no estado, sobre história, economia e de outras classes. Esse vasto acervo também preserva jornais antigos que circulavam no Recife no início da imprensa periódica local. Editou quatros catálogos de seus livros publicados, relacionando obras a partir do século XVI. Tudo isto representa um recorte do rico acervo, estimado em 270 mil livros, e cerca de 370 mil volumes de periódicos, com o compromisso de zelar e disponibilizar esse legado cultural para as gerações atuais e futuras, cumprindo, assim, a sua missão secular de provedora do conhecimento e da preservação dos tesouros da humanidade. Confira fotos do ambiente aqui e acompanhe o perfil oficial no Instagram!
Biblioteca Pública de Pernambuco | Crédito: Paulo Almeida/Folha de Pernambuco
Desafios Pós-Pandemia
"Leitura, antes de mais nada é estímulo, é exemplo", sentencia uma das mais renomadas escritoras brasileiras, Ruth Rocha. Um outra grande personalidade, a escritora Ana Maria Machado, compartilha da mesma visão: "O que leva uma criança a ler é o exemplo." Mais do que uma expressão individual ou coletiva, a leitura é alívio ao sofrimento humano, autodescoberta, redenção e um ato de poder. "Mostre-me uma família de leitores, e lhe mostrarei o povo que dirigirá o mundo", declarou ninguém menos que o próprio Napoleão Bonaparte.
O período de pandemia foi sido desafiador para as artes, sobretudo a literatura, em decorrência de uma crise financeira que atinge as principais redes nacionais de livrarias nos últimos anos. Apesar da facilitação do acesso em tempos digitais, o principal desafio ainda permanece: como incentivar, incutir o seu hábito e ampliar e democratizar o acesso máximo às iniciativas existentes? Pedro Herz, fundador da livraria Cultura, explica que o hábito da leitura começa em casa. As crianças, para ele, imitam seus pais e é aí que está a chave da questão. Contudo, como ponderou inigualavelmente Carlos Drummond de Andrade:
"Eu lamento que haja pouco consumo de livro no Brasil. Mas é um problema muito mais grave. É o problema da deseducação, o problema da pobreza e, portanto, o da falta de nutrição e da falta de saúde. Antes de um escritor se lamentar porque não é lido como são os escritores americanos ou europeus, ele deve se lamentar de pertencer a um país em que há tanta miséria e injustiça social."
Sob essa ótica, a biblioteca pública tem fundamental importância, ela contribui para o desenvolvimento das pessoas. No cenário de fragilidades sociais diversas e ainda elevados indicadores de violência, além de ser um ótimo lugar para quem busca paz e sossego para ler, atende a todos os públicos, de bebês a idosos. Em outras palavras, o papel das bibliotecas públicas é fornecer acesso à informação de forma democrática, promovendo o desenvolvimento da cidadania. Contudo, a sociedade, por suas carências sociais, acaba por precisar de incentivos adicionais para permanecer inserida no ambiente - ou seja, mais do que somente pensarmos as dinâmicas de infraestrutura em si, é necessário pensar os contextos dos indivíduos.
A maioria dos projetos encontrados em nossa região metropolitana e Goiana (uma área onde residem pouco menos da metade da população pernambucana) servem ainda como fontes essenciais de transmissão de aspectos elementares de cidadania, fomentando o desenvolvimento de jovens, garantindo a redução de riscos de inserção no universo das drogas, além de compreensão e acesso à direitos, elevando a qualidade de vida em geral. Apoiados, por vezes, pelos governos locais, podem ser responsável por encaminhar ainda ações colaborativas de campanhas diversas junto aos agentes públicos dentro de suas estruturas, para prestação de informações e, quando necessário, impulso ao sucesso de políticas públicas - como as de prevenção em saúde e segurança.
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Estruturar bem o financiamento é indispensável e primordial inclusive para permitir a ampliação
Um assunto cada vez mais importante para as bibliotecas é a captação de recursos. Essa ação é cada vez mais necessária para essa instituição desenvolver projetos que agreguem valor ao serviços e produtos oferecidos para os usuários. Afinal, há um antes e depois numa comunidade diante da presença de bibliotecas comunitárias ou institucionais: com o tempo, após serem inauguradas em lugares que geralmente negam esse direito aos habitantes, elas se tornam até ponto de referência culturalmente.
O primeiro passo é verificar quais leis existem no seu Estado ou Município acessando o website da respectiva Secretaria da Cultura ou por outro órgão responsável pela área cultural. Vale acompanhar também a dinâmica das leis orçamentárias, não só para fomentar diálogos com vereadores de diversas frentes – ideológicas e partidárias, mas diretamente junto aos próprios governos municipais. É essencial a tentativa de que as nossas principais instituições governamentais locais apoiem a inclusão das iniciativas de cunho popular no orçamento (não somente as bibliotecas municipais, mas também comunitárias).
Além disso, é possível captar recursos junto ao setor privado. Para isso, é preciso verificar quais empresas apoiam/apoiaram projetos para bibliotecas, pois assim as chances de ter um projeto aprovado podem ser maiores. Nesse contexto, é preciso ir além da elaboração do projeto: o mobilizador necessita saber como contatar a empresa, como se portar na reunião de captação de recursos, o que fazer após a aprovação, como utilizar o dinheiro e como manter o patrocínio para projetos futuros.
RioTeca: projeto inovador semeia esperança na periferia, e foi totalmente requalificado pela Prefeitura do Recife (registro oficial).
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A influência do ambiente impacta diretamente o contexto social e profissional das crianças. E esse é um dos objetivos dos projetos: o aprimoramento da cidadania
O mundo mudou e estamos nos adaptando às novas rotinas. A pandemia impactou as nossas vidas e as bibliotecas estão buscando dar as respostas que as comunidades precisam. Por essa razão, têm voltado seus esforços para as populações em situação de vulnerabilidade. Mais do que nunca as bibliotecas são muito mais que suas coleções! São locais de pessoas, de escuta, de compartilhamento de ideias, de sonhos, de aprendizado mútuo, de muita afetividade e de alegrias. São portas com infinitas possibilidades. No Brasil, e no estado, vários projetos comunitários visam fomentar a inclusão social de crianças e adolescentes por meio do estímulo à leitura - uma rede nacional celebrou, em 2022, sete anos de existência. São locais em que, acompanhados ao longo de anos de curso, os alunos de redes públicas de ensino, residentes em diversos pontos da Região Metropolitana do Recife, aprendem a construir ainda as primeiras noções de cidadania e descobrem suas vocações e talentos.
O lema do projeto Malateca é inspirador: uma biblioteca sem paredes, na rua, promovendo arte, leitura e cultura para o povo. E já ultrapassou a marca de 1.000 livros distribuídos na capital pernambucana, fortalecendo inclusive espaços de outros projetos de natureza coletiva. Escolhemos o depoimento de duas para mostrar como vivenciar essa missão, visão e valores - a da 'multiartista' Magda Alves, criadora do Malateca, e a doutora Thaís Mitiko Toshimitsu, sobre o papel da literatura no mundo contemporâneo. Neste terceiro milênio, é pertinente discorrer sobre o papel da literatura, que assim como a filosofia e outras ciências humanas, está inserida na sociedade desde a antiguidade, e além de ser prazerosa, contribui para o enriquecimento intelectual e cultural de cada leitor, apurando seu senso crítico e despertando-o para novas experiências.
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Estruturar o atendimento presencial para possibilitar um espaço de acolhimento e atendimento de suporte às pesquisas, baseado nas necessidades individuais dos frequentadores
Elo importante na comunicação entre comunidade e a informação, as bibliotecas devem oferecer um espaço de convivência agradável, onde as pessoas possam se encontrar para conversar, trocar ideias, discutir problemas e participar de atividades culturais e de lazer. Entre as atividades extracurriculares, podem ser buscadas parcerias com consulados (a capital pernambucana detém a maior presença de representações do Norte/Nordeste) ou com universidades públicas, visando ampliar a oferta de cursos e até intercâmbios, direcionados aos alunos ou frequentadores de destaque, por exemplo.
Há ainda capacitações do sistema S (Sesc Ler), que também garantem a evolução profissional e holística, através de um programa de educação integrada à cidadania. Sua concepção pedagógica utiliza os conhecimentos prévios dos próprios alunos para construção do aprendizado. Com isso, busca-se o fortalecimento da capacidade intelectual, estimulando a formação da autonomia e de uma consciência crítica sobre suas relações com o meio físico, cultural, social e político. Instalados em municípios com baixo IDH – Índice de Desenvolvimento Humano, os centros 'Sesc Ler' contribuem com o poder público para minimizar os números do analfabetismo no Brasil, servindo como referência para que outras instituições possam também abraçar esta causa. Ademais, têm um projeto arquitetônico moderno e despojado, com espaços de convivência e de práticas de esportes agregados: são oito unidades em Pernambuco, uma na região metropolitana (em São Lourenço da Mata).
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Diversificar formas de alcance e quebrar noções limitadoras: Re-Imagine um mundo conectado pela Leitura
O projeto Gelateca Cultural tem como objetivo evitar o descarte errado dos eletrodomésticos, além de incentivar o hábito pela leitura, facilitando o acesso de quem reside na região de periferia das cidades metropolitanas aos livros. A iniciativa foi idealizada por Sérgio Santos e conta com a parceria de organizações sociais para difusão da cultura.
Outros notórios, como o 'Biblioteca Leitura nos Trilhos', desenvolvido pelo antigo Instituto Brasil Leitor (IBL), em parceria com a CBTU-Metrorec e o patrocínio da Visa, chegou a implantar uma biblioteca que atualmente detém um acervo de mais de 3 mil livros que são disponibilizados gratuitamente para os associados e catálogo que pode ser consultado por meio de um sistema de pesquisa automatizado. O Metrorec foi o terceiro sistema de trens do Brasil a ter uma biblioteca, depois de São Paulo e Rio de Janeiro. Inaugurada em abril de 2007, e localizada na Estação Recife, ali a população tem a oportunidade de levar livros atraentes para casa (o horário de atendimento é de segunda à sexta, das 9h às 19h).
A Força das Bibliotecas Comunitárias
As camadas populares são sedentas para acessar os livros e a leitura, como aponta a pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, divulgada em 2020, que indicou os mais de 27 milhões de pessoas das classes C, D e E que gostariam de ler mais e não podem fazer isso devido ao seu baixo poder aquisitivo. Se as camadas mais pobres não leem mais é por descaso do Estado, que dificulta o acesso dos mais pobres ao livro, à leitura, às bibliotecas e ao conhecimento. Para esse público, na maioria das vezes, uma biblioteca comunitária é o único espaço de convivência e produção cultural acessível para as populações mais pobres dos bairros atendidos.
A pesquisa “Bibliotecas Comunitárias no Brasil: Impacto na formação de leitores” trouxe como uma das constatações que 86,7% dessas bibliotecas ficam na periferia de áreas urbanas e em regiões de elevados índices de pobreza, violência e exclusão de serviços públicos e identificou que são criadas e mantidas pela sociedade civil, com a finalidade de garantir e ampliar o acesso ao livro e à leitura em determinadas comunidades, e seus frequentadores – em boa parte – participam ativamente do processo de gestão e planejamento destes espaços. São lugares para encontrar a si mesmo, de convergência e radiação das identidades da comunidade. Neste lugar cheio de livros, encontram repertórios para ressignificar a trajetória e inspiração para criar outros mundos e a conhecer a própria história.
Criada com o objetivo de fortalecer a democratização do acesso ao livro e à cultura escrita, a Releitura atua através de ações desenvolvidas em cada biblioteca. A Releitura se destaca por ser a pioneira na articulação em rede de bibliotecas comunitárias do Brasil (mais de 100 existentes), e influenciou a formação de outras redes de bibliotecas comunitárias no país. Hoje, ela integra um conjunto de vários outros coletivos em diferentes estados brasileiros, todos voltados para o livro e cultura literária. A sua Rede de Pernambuco é uma articulação iniciada no ano de 2007 com quatro bibliotecas comunitárias. Com o tempo, outras três se juntaram ao coletivo para buscar o aprimoramento, a formação e o fortalecimento político e pedagógico, além da troca de informações e da ajuda mútua. Atualmente, mantém integradas sete bibliotecas comunitárias, abrangendo os municípios de Jaboatão dos Guararapes, Olinda e Recife. Atende a cerca de 15.000 pessoas, em sua maioria crianças, jovens e adolescentes, focando também em suas famílias.
O panorama metropolitano engloba ainda a rede de difusão da Gelateca Cultural, e a rede Sesc de Biblioteca/PE (que atende ao comerciário, dependente e comunidade em geral, oferecendo serviços de empréstimos domiciliar de livros e pesquisas “in loco” em obras de referência como dicionários, enciclopédias e gramáticas). O Departamento Regional de Pernambuco conta com 16 Bibliotecas e 2 unidades móveis “BiblioSesc” (uma biblioteca volante que circula em um caminhão-baú, disponibilizando consultas e empréstimo domiciliar, com acervo de aproximadamente três mil exemplares).
O Impulso das Feiras e Eventos
Para enfrentar o desafio de formar leitores e de consolidar comunidades leitoras, além da mobilização de instituições formais como a escola e a biblioteca, é importante contar com a ampliação dos espaços de circulação de livros e do debate em torno da leitura, como é o caso da realização de Festas, Feiras, Festivais e outros encontros literários. Tais eventos podem compor um repertório de conexões entre a dimensão privada e intimista da leitura e as esferas públicas, criando oportunidades para o estabelecimento de vínculos de pertencimento e de participação democráticas.
Outros festivais e iniciativas, de substância, somam esforços no sentido de ampliar a descoberta e a valorização de artistas da terra, como a Bienal Internacional de Pernambuco (que ocorre a cada dois anos na cidade de Olinda desde 1995, estando em sua 14ª edição). Maior evento literário do Nordeste e o terceiro maior do Brasil (o segundo é o igualmente pernambucano "FliSertão", em Petrolina), é uma iniciativa consolidada pelo sucesso de público obtido ao longo dos anos e está oficialmente integrada ao Calendário de Eventos do Estado através da lei Nº 14.536/11 (sancionada e publicada no Diário Oficial no dia 13 de dezembro de 2011). O evento fomenta a atividade econômica do segmento e reforça o processo de inclusão digital através de sua plataforma virtual – E.Bienal – ampliando o alcance dos participantes e do potencial público leitor.
Sua realização oferece uma oportunidade ímpar de convergência entre educadores, escritores, editores, quadrinistas, profissionais diversos do mercado editorial, estudantes e o público em geral. A abrangência nacional e internacional da programação cultural conta com a participação das principais editoras e livreiros do país e da região, agregando e divulgando novos autores, proporcionando intercâmbio cultural no meio literário e artístico.
A capital e outras cidades grandes da RMR também já desfrutam de festivais próprios, como Ipojuca (Fliporto) e Goiana (Flig), regionais (como a do Litoral Sul, em Ipojuca) e em 2022, houve a novidade de festivais integradores de toda a região metropolitana, unindo mediadores, contadores e profissionais para intercâmbios e trocas de saberes - a 'I Feira Literária Fortalecer: Território, Cultura e Saberes' contou com recursos da Lei Federal de Incentivo à Cultura e com o apoio das empresas Unilever e Inbetta. Os trabalhos apresentados são frutos das atividades desenvolvidas nas três cidades onde o Projeto Fortalecer, da Aldeias Infantis SOS, é realizado: Recife, Paulista e Araçoiaba. São oficinas e ações de incentivo à leitura, que ajudam e estimulam o aprendizado e a criatividade, de maneira lúdica e adaptada para cada faixa etária.
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Interiorização e Segmentos Étnicos
A Prefeitura de Petrolina, por meio da Secretaria de Educação, Cultura e Esportes e Andelivros, promove o Festival Literário do Sertão do São Francisco (FliSertão), que obteve expectativa superada em sua segunda edição em 2022 (na qual estima-se que movimentou mais de 20 mil pessoas). Realizada no Centro de Convenções e no Parque Josepha Coelho, a programação conta com palestras e venda de livros, além de apresentações culturais, peças teatrais, exposições de arte, recitais, lançamento de livros de autores locais (com a presença e conversa entre o público e os escritores), exibição de curtas, oficinas e contação de histórias. O evento tem a perspectiva de incentivar a cultura em suas múltiplas manifestações, promovendo a prática e hábito da leitura, através do desenvolvimento de um conjunto de eventos literários, com a participação de artistas e autores nacionais e regionais, sendo já o segundo maior do país.
Realizada pelo Centro de Produção Cultural, Tecnologia e Negócios do Sesc de Garanhuns, a Mostra "Claiô das Artes" conta com uma semana de oficinas e apresentações culturais de música, literatura, teatro e dança. O momento “Histórias ao Entardecer – Contos dos Povos Indígenas”, apresenta uma programação que envolve contações de histórias, uma conversa e uma apresentação musical sobre os costumes e tradições de quatro das nove comunidades indígenas de Pernambuco: Xucuru, Kapinawá, Fulni-ô e Pankararu. A origem do termo Claiô – o termo vem do dialeto Iatê do povo Carnijó de Águas Belas e se refere ao nome da cidade de Garanhuns: “Clai” significa Branco e “Iô” quer dizer Não, ou seja, aquilo que não é branco, mas é preto, escuro. Com essa nomenclatura, os Carnijós fazem alusão aos quilombos existentes na zona rural do município e, até hoje, chamam Garanhuns de Claiô.
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O Concurso Ler Bem
A ASPA – Associação Pernambucana de Atacadista e Distribuidores, visando um mundo melhor, criou o Concurso Ler Bem, que objetiva através de uma competição escolar, incentivar a formação de jovens leitores do 4º ano do Ensino fundamental I, matriculados nas escolas municipais pernambucanas. O projeto visa aguçar o hábito da leitura, criando possibilidades para que os alunos possam se desenvolver na prática da leitura, uma vez que o hábito é fundamental para a prática de produção de texto. Sendo assim, o propósito deste trabalho é, acima de tudo incentivar o aluno à leitura e a desenvolver a escrita em todos os seus aspectos, criando condições para que tais atividades se desenvolvam de forma leve, através da dinâmica do concurso. Atualmente, alcança mais de 100 municípios em todo o estado.

Os Planos Governamentais e a Infraestrutura nas Escolas
O maior estudo sobre a educação do mundo, o Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA), apontou que o Brasil tem baixa proficiência em leitura. Segundo a pesquisa, o país ocupa a 60ª posição em um ranking sobre a média mundial em leitura entre 70 países. O Brasil possui uma riqueza cultural e artística que precisa ser incorporada, de fato, no seu projeto educacional. Isso só acontecerá se escola e espaços que trabalham com educação começarem a valorizar e incorporar, também, ao seu contexto de vivências.
O Plano Nacional do Livro e Leitura - PNLL é produto de uma ação liderada pelo Governo Federal (por meio da Secretaria Especial da Cultura do Ministério do Turismo e do Ministério da Educação), que consolidou o resultado de sugestões de representantes de todas as cadeias relacionadas à leitura, e também de educadores, bibliotecários, universidades, especialistas em livro e leitura, organizações da sociedade civil, empresas públicas e privadas, governos estaduais, prefeituras e interessados em geral. Trata-se de diretrizes básicas para assegurar a democratização do acesso ao livro, o fomento e a valorização da leitura e o fortalecimento da cadeia produtiva do livro como fator relevante para o incremento da produção intelectual e o desenvolvimento da economia nacional. Elas têm por base a necessidade de formar uma sociedade leitora como condição essencial e decisiva para promover a inclusão social de milhões de brasileiros no que diz respeito a bens, serviços e cultura, garantindo-lhes uma vida digna e a estruturação de um país economicamente viável.
A constituição do PNLL foi um marco significativo para a elaboração de uma Política de Estado, de natureza abrangente, que possa para nortear, de forma orgânica, políticas, programas, projetos e ações continuadas e permanentes. A partir dessa normatização, a Secretaria de Educação do Estado de Pernambuco, e a Alepe, aprovaram o PELLLB estadual, que determina, entre outras coisas, como o estado deve gastar recursos para incluir mais gente nas decisões e ações. Construído democraticamente com escutas por todas as macrorregiões do estado, com a intensa participação das cadeias/elos mediadoras, criativas e produtivas/distributivas, foi aprovado no Conselho Estadual de Cultura (pela Resolução nº 2, de 12 de dezembro de 2018), e consolidado com a aprovação da Lei Estadual nº 16.991 (de 06 de agosto de 2020), que “Consolida e amplia a Política Estadual do Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas do Estado de Pernambuco”.
O PELLLB pretende fazer a economia circular, garantir o alcance dos bens culturais nas escolas, bibliotecas públicas - ou seja, é uma lei do livro para quem de fato mais precisa. Planejar, gerir e executar políticas públicas e respectivas atividades de ensino, pesquisa, promoção e difusão do acesso à leitura do Estado de Pernambuco; objetivando a valorização da cultura, excelência na formação de profissionais e sendo agente para o desenvolvimento social através da literatura.
É válido frisar que, além desses instrumentos (que consagraram uma luta de mais de uma década da sociedade civil e gestores engajados), no final de 2021, foi eleita a nova composição da Comissão Setorial de Literatura, instância de assessoramento ao Conselho Estadual de Política Cultural (CEPC-PE), de caráter consultivo, articulador, participativo e informativo: um espaço de diálogo entre a sociedade civil e o poder público sobre as políticas setoriais de cultura, neste caso a Setorial de Literatura. Em fevereiro de 2022, foi publicada a Portaria Intersecretarial nº 001 (de 21 de fevereiro de 2022), designando os representantes da Sociedade Civil para comporem o Grupo de Monitoramento do Plano Estadual do Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas. Tanto a Comissão Setorial quanto o Grupo de Monitoramento têm em sua composição a representação paritária da sociedade civil e dos governos.
Os planos, consonantes entre si (em conteúdo e estrutura), estabelecem metas e ações do poder executivo para ciclos decenais, prevendo uma conquista importantíssima em âmbito estadual que é a indicação das metas prioritárias relativas à implantação do PELLLB pelas Secretarias de Cultura, de Educação e Esportes na Lei Orçamentária Anual (LOA) - ou seja, a previsão de recursos para sua devida execução. Assim, a legislação estadual é equivalente na esfera federal, à Lei Nº 13.696 (conhecida como “Lei Castilho”), que institui a Política Nacional de Leitura e Escrita. Esta, por sua vez, no seu artigo 4º, regulamenta o Plano Nacional do Livro e Leitura (PNLL).
Similarmente, os municípios também devem debater e aprovar seu Plano, e o consolidar como um mecanismo de estímulo à propagação da leitura, de avanço educacional e de mudanças nas relações do trabalho, projetando-se como instrumento basilar para crescimento local. Entre os benefícios de promover a leitura na escola, as habilidades fazem os estudantes melhorarem o desempenho também em todas as disciplinas. Cabe reforçar que é uma das linguagens universais, que se traduz em diferentes formas, capazes de expressar e comunicar sensações e pensamentos ampliando a capacidade sensorial dos estudantes amplamente (como colocado no topo da página).
A proposta também se destina a fortalecer o Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas, no âmbito do Sistema Nacional de Cultura, promovendo as demais políticas de estímulo à leitura e ao conhecimento. Embora tenha lançado um Plano de maneira precursora, o Recife sempre teve dificuldades de implementação por conta da precariedade das suas unidades de ensino, expostas em uma plataforma de fiscalização universal "Raio-X das Escolas e das Creches", desenvolvida pela equipe do ex-vereador e professor da UFPE, André Régis. É por essa magnitude que surgiu a campanha nacional pela universalização de bibliotecas em escolas brasileiras "Eu Quero Minha Biblioteca", uma vez que o Brasil apresenta números preocupantes: 69% das escolas públicas brasileiras ainda não têm bibliotecas.
Como conclusão, esclarece o artigo de Roberto Azoubel (doutor pelo Programa de Pós-Graduação em Literatura, Cultura e Contemporaneidade da PUC-Rio e Coordenador de Literatura da Secretaria de Cultura de Pernambuco):
"Por fim, vale destacar também que a Lei nº 16.991, ao instituir esse modelo de política planejada, dialoga com a meta 46 do Plano Nacional de Cultura (PNC), que estabelece o objetivo de alcançar 100% dos setores artístico-culturais representados no Conselho Nacional de Políticas Culturais (CNPC) com colegiados instalados e planos setoriais elaborados e implementados, conforme previsto pelo Sistema Nacional de Cultura (SNC). O Plano Estadual de Cultura de Pernambuco tem como uma de suas ações a institucionalização do Sistema Estadual de Cultura com todos os componentes do SNC - incluindo, na mesma lógica sistêmica da esfera federal, seus subsistemas setoriais. Os planos dos setores artístico-culturais estão, portanto, prenunciados nessa estrutura. O PELLLB é o primeiro deles. Sua regulamentação, importante pelas razões apontadas nesse texto, é um marco inaugural nas políticas culturais pernambucanas e uma peça de construção no desafio de instituir o Plano Nacional de Livro e Leitura no país."
Construir o retrato da situação dos Planos Estaduais e Municipais do Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas (PELLLBs e PMLLLBs) em todo o país, é a missão da “Rede Leitura e Escrita de Qualidade para Todos” (LEQT), que realizou, em setembro de 2020 uma pesquisa (coordenada por José Castilhos e Renata Costa, ex-secretários executivos do Plano Nacional do Livro e Leitura/PNLL), e entrevistados na live abaixo da Biblioo - confira! Criada em 2012 e abrigada junto ao GIFE, a LEQT reúne mais de 80 organizações que atuam no campo da promoção da leitura, da educação e da cultura.
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A estruturação em nível municipal
Em Pernambuco, segundo levantamento recente do JC (referentes a dados de 2019), as redes municipais absorvem 70,1% dos alunos dos anos iniciais do fundamental. Outros 28,7% estão nas escolas privadas e apenas 1,2% na rede estadual, segundo o Censo da Educação Básica 2019 do MEC. Nos anos finais, as escolas municipais ficam com 55,2% das matrículas. Os colégios estaduais absorvem 25,6% e a rede particular, 19%. Em todo o Estado, computando todas as redes, são cerca de 1,2 milhão de alunos cursando uma das nove séries do fundamental, com destaque para o volume absorvido pela rede municipal.
Instituído pelo Decreto nº 11.554 (17 de junho de 1986), o Sistema de Bibliotecas Públicas de Pernambuco tem como missão incentivar a implantação e modernização de Bibliotecas Públicas Municipais, dar assistência a essas instituições para atuarem como centros de informação e de convivência comunitária oportunizando ao indivíduo o direito pleno de cidadania. Algumas das atividades desempenhadas são: visitas de diagnóstico, técnicas e de supervisão; contatos com representantes do poder público municipais (prefeito/secretário); capacitação de recursos humanos para bibliotecas; serviços de extensão, como o projeto Caixa Estante; divulgação de programas e editais voltados para bibliotecas através do Sistema Nacional de Bibliotecas e do Ministério da Cultura. Atualmente, Pernambuco contabiliza aproximadamente 190 BPM's, distribuídas em 185 municípios, ou seja, 96,2% do estado, conforme dados oficiais.
No entanto, apesar de a universalização das bibliotecas em instituições de ensino públicas e privadas ser um direito previsto na lei federal 12.244/10, nem todas as escolas públicas do estado oferecem uma biblioteca ou espaços adequados para o incentivo à leitura no ambiente escolar (como uma sala de leitura). E, por vezes, quando existem, não são geridas por profissionais especializados suficientes para essa implementação. Para agravar, várias grandes cidades da própria RMR não possuem sequer ainda um Plano Municipal de Cultura. Considerando o quadro e seu espraiamento em outros lugares do país, a Comissão de Educação da Câmara dos Deputados aprovou (no final de 2021), o Projeto de Lei PL 4003/20, que altera a Lei 12.244/10, estendendo o prazo de universalização para que as bibliotecas escolares contenham o acervo mínimo de um título para cada aluno matriculado e um bibliotecário por escola. Inicialmente, a data limite seria de 2020, mas, com a alteração, o prazo passaria a ser 2024, último ano de vigência do Plano Nacional de Educação (PNE).
Apesar disso, é possível, executar programas estratégicos. A Prefeitura do Paulista chegou a apostar na música para despertar talentos e promover a cultura de paz nas escolas, oportunizando em 30 unidades (quase metade do total existentes) da rede municipal do município alguns concertos aula. O concerto tem como objetivo desmistificar o universo da música clássica para as crianças, ao mesmo tempo em que as sensibiliza para a importância da educação musical. Um exemplo de como começar, mesmo sem ter condições para a universalização de eventos ou até o ensino de instrumentos. Em Goiana, a Prefeitura mantém parcerias com as grandes empresas locais para desenvolvimento de projetos com os estudantes, e em Recife, o programa Palavra Cantada capacitou os professores de toda a rede municipal para abordarem o ensino musical em atividades cotidianas.
“O nosso Plano Nacional de Livro e Leitura, concebido de forma democrática e plural pela sociedade civil, mesmo abandonado atualmente, é referência para os países ibero americanos. Temos uma legislação potente desde 2003 para o incentivo à leitura, e essa política de Estado, já aprovada e existente, conta com a sustentação de técnicos que estão nos ministérios responsáveis”, enfatizou o especialista em políticas públicas de leitura e Prof. Dr., José Castilho Marques Neto, em audiência pública promovida pela Comissão de Legislação Participativa da Câmara dos Deputados (CLP) em novembro de 2021 para debater a execução e a fiscalização do cumprimento da legislação existente.
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A educação literária eleva a compreensão e envolvimento com a cultura local. Esse viés também pode ser abarcado no processo pedagógico cotidiano, integrando autore(a)s pernambucano(a)s na sala de aula
Despertar o gosto pela leitura através da valorização de autores locais permitirá estimular nos estudantes habilidades que os ajudarão a ter curiosidade pela riqueza histórica não só de suas raízes, mas por diversas culturas e a criar possibilidades de ação em busca de um mundo melhor. A rede das bibliotecas municipais públicas da capital (ligadas aos equipamentos Compaz) fazem parte dessa abordagem que incorpora o conceito de biblioteca viva, de convivência e de transformação do ser humano através da literatura, das artes, da música, do teatro, do cinema e da cultura popular. O Compaz Ariano Suassuna, aliás, facultou o encontro 'Mobiliza Pernambuco', no qual foi apresentado o projeto “Tô na Rede”, que tem como objetivo transformar as bibliotecas em ambientes cada vez mais humanizados: contando com a presença de pesquisadores, profissionais de biblioteca, youtubers, escritores e músicos. Os convidados abordaram, a partir de suas vivências, a Agenda 2030 da ONU, tratando do papel das bibliotecas na sociedade (saiba mais nos vídeos).
Para aproximar estudantes do ensino médio da produção literária local, foi criado o projeto Outras Palavras. Capitaneado pela Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), o programa foi fruto da inquietação da vice-presidente do órgão à época (Antonieta Trindade), após 32 anos de trabalho em escolas estaduais. Com início em 2015, o projeto levou autores agraciados no Prêmio Pernambuco de Literatura e artistas para um bate-papo com os alunos: os autores detalhavam o processo criativo e respondiam a questionamentos. Ao fim da manhã de diálogo, a escola recebia um conjunto de obras premiadas para o acervo da biblioteca. O Outras Palavras visitou, ao longo de dois anos, 223 unidades de ensino com 375 edições. Foi a porta de entrada para dois mil alunos aprofundarem o conhecimento em literatura pernambucana (impactando nove mil pessoas no bojo). Ao todo, 4,5 mil livros foram doados.
Contribuições Acadêmicas para o Avanço Local
A missão do Centro de Educação, e igualmente a da Universidade Federal de Pernambuco, assume como tarefa social reinventar-se e contribuir, contínua e sistematicamente, para a cultura na qual está inserida e necessários conhecimentos científicos e populares, através da pesquisa, do ensino, da extensão e da avaliação de programas sócio-educacionais; estes garantirão, em última instância, a autonomia de decisão da sociedade e sua emancipação, ao mesmo tempo em que se ocuparão do aperfeiçoamento Institucional.
A Feira Territórios Interculturais da Leitura é um encontro anual que objetiva promover debates no campo da biblioteca, da literatura e da leitura e procura mobilizar diversas ações que contribuam para uma sociedade cada vez mais leitora. Uma peculiaridade dessa Feira é seu enfoque nas mediações de leitura e no acesso público ao livro e à leitura, com destaque também para a produção autoral e editorial, especialmente de comunidades periféricas, mulheres e jovens. Fruto de uma articulação interinstitucional mobilizada pelo Centro de Estudos em Educação e Linguagem (CEEL), núcleo de pesquisa e extensão da UFPE que desenvolve atividades com foco na melhoria da Educação Básica em escolas públicas e particulares, a promoção da Feira envolve, desde sua primeira edição, o movimento de bibliotecas comunitárias, organizações culturais e governamentais. Em 2020, esta ação passou a integrar o Programa de Extensão "Bibliotecas comunitárias na UFPE e UFPE nas bibliotecas comunitárias", o que lhe assegurou uma maior vinculação institucional e ampliou seu alcance em termos de público.
A Feira de Leitura do Centro de Educação (que possui perfis no Facebook, Instagram e Youtube) acontece no próprio CE valoriza a cultura nordestina e traz reflexões sobre práticas de mediação de leitura, os percursos na formação de leitores e a sustentabilidade das experiências de incentivo à leitura. “A programação reúne, dinamiza e aproxima a literatura dos estudantes universitários, professores, técnicos e sociedade, de um modo geral, valorizando o texto literário como principal ferramenta de incentivo à leitura literária”, explicam os organizadores do evento, que conta com escambo de livros, exposição, lançamentos, jornadas literárias, contação de histórias, roda de diálogo, projeção de curtas, debates, minicursos e atividades culturais.
Organizada por 43 integrantes das diferentes comissões, 32 monitores (14 bolsistas de extensão e 18 voluntários), além de 13 grupos mais, e diversos apoiadores, Em 2021, ao escolher como tema "Memórias literárias e tradição oral" a Feira provocou um amplo debate acerca da importância da leitura para a constituição de identidades coletivas, com destaque para a cultura popular, os saberes dos povos originários, a diversidade étnico-racial e para as múltiplas linguagens artísticas e sua contribuição para a afirmação de valores humanos em uma sociedade inclusiva. esteve integrada a 2 Festivais Literários e a 2 Festas Literárias. A programação uniu o 1º Festival Caranguejo Tabaiares e o 1º Festival Xukuru, em Pesqueira, além da 5ª edição, da FLAL (Festa Literária do Alto do Moura) e da 5ª FLAL (Festa Literária do Coque).
O curso de Licenciatura em Letras da Universidade de Pernambuco (UPE) realiza, em datas especiais, atividades de incentivo, como oficinas de leitura e escrita em escolas públicas e particulares, além de palestras de formação na UPE, saraus, mostras literárias e bibliográficas em diversos espaços públicos (praças, ônibus, barquinhas, shoppings etc.). A formação é oferecida nos seguintes Campi: Garanhuns, Mata Norte e Petrolina. A UFRPE e o IFPE também não ficam para trás, somando com iniciativas e estudos. O Departamento de Letras da UFRPE possui uma revista a 'Encontros de Vista', com foco na produção dos discentes em iniciativas que visam a fomentar o ato de leitura entre alunos dos Ensinos Fundamental e Médio. Os trabalhos podem ser consultados, na íntegra, no website da revista. Vale destacar que núcleos exclusivos abordam recortes raciais, como os Núcleos de Estudos Afrobrasileiros (NEAB) da UFRPE, da UFPE, da Unicap e do IFPE.
Com mais de uma década, o PET/'Conexões - Práticas de Letramento' é um grupo interdisciplinar que acolhe os estudantes das diversas áreas das Licenciaturas da UFRPE. É um Programa de Educação Tutorial, que tem por objetivo principal favorecer aos alunos de graduação para o exercício do ensino, da pesquisa e da extensão. Nele, são desenvolvidos projetos que articulam as práticas de leitura e escrita com as áreas de formação, construindo uma conexão de saberes, a fim de viabilizar o exercício de cidadania no chão das escolas públicas. Trabalham com a perspectiva de letramentos que proporcionem aos sujeitos práticas de leitura e escrita que promovam a tomada de consciência de seu papel como agente de transformação na sociedade.
Objetivando promover a interação de grupos dessa natureza com outros grupos de ensino, pesquisa e extensão, bem como com toda comunidade universitária, o programa realiza o 'LECID - Letramentos para a Cidadania', evento interdisciplinar que discute práticas de leitura e escrita presentes e necessárias em diferentes áreas do conhecimento. Caminhando para sua nona edição, apresenta como eixo norteador discutir os multiletramentos presentes na cultura, na educação e nas ciências num contexto político em que somos convocados a resistir para garantir as conquistas históricas alcançadas nessas áreas. As últimas edições encontram-se disponíveis no canal de Youtube.
Para os que desejarem aprofundar conhecimentos, livros em formato e-book podem ser baixados gratuitamente no portal da Editora Universitária de Pernambuco (Edupe), vinculada à Universidade de Pernambuco (UPE). Os livros representam uma parte da produção científica de professores e alunos em conclusão de curso.
O acervo oportunizado nesta parte propõe-se a auxiliar a compreensão da trajetória das nossas iniciativas locais metropolitanas, promovendo a coleta, organização, e socialização da memória institucional, pois possuem vasta experiência de atuação com as comunidades do entorno, formando jovens, transformando-os e potencializando seus talentos nos mais diversos âmbitos, projetando-os para uma vida profissional mais rica, contribuindo também diretamente para a preservação e difusão das expressões artístico-culturais do universo pernambucano - pioneiro no país, inclusive, o Sistema de Bibliotecas Públicas de Pernambuco (SBPE) foi instituído pelo Decreto 11.554, de 17/06/1986 e tem como missão principal a implantação e implementação de Bibliotecas, acompanhando as ações desenvolvidas por elas.
Em âmbito estadual, a Assembleia Legislativa (Alepe) concede, em Reunião Solene, o Prêmio Prefeitura Amiga da Biblioteca. Destinado a agraciar gestões municipais pernambucanas que promovam a instalação e manutenção de bibliotecas públicas e escolares, foi instituído em 2015. Desde então, a iniciativa pode contemplar, anualmente, O prêmio criado é uma iniciativa que estimula as cidades a serem bons exemplos de incentivo e foi criada a partir de projeto de resolução de autoria da presidente da Comissão de Educação e Cultura (deputada Teresa Leitão/PT), e prevê a entrega de diploma e troféu aos municípios que promovem a instalação e manutenção de bibliotecas públicas e escolares. Para receberem a premiação, as gestões das cidades precisam preencher requisitos estabelecidos na Resolução nº1317/2015 - dentre eles, a instalação de bibliotecas em condições adequadas; a existência de programas de formação continuada desenvolvidos para atuação do corpo técnico; a quantidade de servidores selecionados por concurso público (bibliotecários formados para as bibliotecas públicas) e maior acervo de autores locais.
A promoção de ações de formação de mediadores de leitura e de contadores de histórias em Libras ainda é levada em consideração. Diante de um mundo em constante evolução tecnológica, cabe aos gestores atentar para a necessidade de modernizar esses espaços, a fim de acolher a nova geração de leitores. A disponibilidade do acervo na maioria das bibliotecas públicas da região metropolitana norte é ainda insuficiente, além do que não reflete a realidade informacional dos municípios, nem mesmo as necessidades dos usuários. Com isso não há uma motivação natural da comunidade para a valorização das instituições.
A partir de uma pesquisa de documentos e informações disponíveis em meio virtual, bem como da observação do local, traçou-se um perfil geral também das bibliotecas municipais, com o objetivo de oportunizar um olhar mais atento sobre o seu funcionamento e sua contribuição para o desenvolvimento social, cultural e educacional do Estado. A biblioteca pública municipal complementa a ação da biblioteca escolar, mas não se confunde com ela: para preservar sua identidade, não deve funcionar dentro de prédio escolar. O diagnostico revela que a maioria dessas instituições restringem suas atividades na função educacional, tendo assim pouca contribuição para a cultura dos municípios. A pesquisa revela também ausência de políticas públicas para bibliotecas, o que reflete diretamente na falta de infraestrutura física, equipamentos, recursos tecnológicos e na carência de recursos humanos capacitados. Além do que, frisa a importância do Sistema de Bibliotecas Públicas de Pernambuco, na tentativa de minimizar os problemas citados.
Cabe a todo(a)s nós, cobrar das autoridades a necessidade da Biblioteca contar com recursos próprios, recebendo parcela ponderável dos recursos destinados à educação e cultura e com a aplicação dos mesmos com base num planejamento pré-determinado e sempre tendo como objetivo principal uma melhor assistência ao usuário, com a devida coordenação por profissionais especializados. Além das condições de infraestrutura e patrocínios previstos para funcionamento, bem como os canais adotados para atendimento (com meios de contato à disposição), apresentamos também o perfil das iniciativas comunitárias, grandes catalisadoras de cidadania e muitas vezes as reais fomentadoras do acesso ao livro.
Os comentários sobre condições decorrem de conteúdos dos websites oficiais de governo e dos próprios projetos, compartilhados até nas redes sociais, e que acabam por refletir a presença ou falta de recursos para sua atuação. A referência utilizada para o quantitativo populacional ajuda a entender o porte e abrangência de atendimento, com uma estimativa de 2020 do IBGE, assim como a importância de atrelar a uma política da educação municipal, considerando os indicadores do IDEB. Infelizmente, as bibliotecas públicas sofrem ainda com calendário de atividades inexistentes ou sem qualquer publicidade, por isso, sem maiores detalhes ou conhecimento (caso conheça algum, não deixe de entrar em contato!).
Panorama Metropolitano + Goiana
“Pesquisadores estão percorrendo bibliotecas comunitárias em Pernambuco”, 2020.
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Tópico Especial: Integração Local
Uma forma de dar ênfase ao entrosamento e criação de processos de integração regional são encontros entre cidades vizinhas, impulsionando um ecossistema de inovação fundamentado em características e peculiaridades geográficas e da infraestrutura, fortalecendo as capacidades dos participantes com a troca de experiências e até acordos de cooperação (convênios). Em novembro de 2012 foi realizado o I Encontro Estadual de Bibliotecas de Pernambuco, e que precisou ser impulsionado pela sociedade civil: a união da Releitura – Bibliotecas Comunitárias em Rede (da Região Metropolitana do Recife), do Centro de Cultura Luiz Freire (ONG de Olinda) e do Instituto C&A, a partir do Programa Prazer em Ler, que esperavam que a troca de experiências levassem à construção de propostas para o desenvolvimento de bibliotecas de qualidade em Pernambuco (confira fotos aqui).
A segunda edição já ocorreu no ano seguinte, dentro da programação da IX Bienal Internacional do Livro de Pernambuco. O encontro possibilitou reunir todas as cadeias que envolvem a leitura literária – produtora, distribuidora, criadora e mediadora – em torno do propósito de garantir acesso a bibliotecas e à leitura de qualidade. O evento também foi oportunidade de conhecer os resultados do mapeamento de bibliotecas no estado, iniciado na primeira edição, e que teve sequência por meio dos Seminários de Leitura e Bibliotecas, promovidos pela Coordenadoria de Literatura – Secult-PE/Fundarpe durantes os Festivais Pernambuco Nação Cultural ao longo de 2013. Na ocasião também foram realizadas oficinas para a construção dos Planos Municipais do Livro e da Leitura.
I Encontro Estadual de Bibliotecas, novembro de 2012 (Olinda/PE)
Ocasiões festivas podem proporcionar também momentos de encontros inesquecíveis: em 2019, no Cais da Alfândega, no Recife Antigo, tivemos um para marcar a história. Ipojuca, reconhecida por sua célebre 'Fliporto', proporciona um respiro de Arte, Cultura e Educação, no mês de agosto, durante a realização do Festival do Livro do Litoral Sul (que chegou à sua 4ª Edição em 2022). O evento promovido pela Associação do Nordeste das Distribuidoras e Editoras de Livros (Andelivros), teve um hiato de dois anos por conta da pandemia, recebe todo apoio da Prefeitura de Ipojuca através da Secretaria de Educação para ser concretizado em grande estilo, com sede no Clube Municipal. Na programação, palestras, lançamentos de títulos, apresentações culturais, contação de histórias, entre outras atividades para estudantes, professores e profissionais da Educação e o público interessado.
A capital pernambucana até mesmo sediou, em 2017, o 4º Encontro da Rede Nacional de Bibliotecas Comunitárias (RNBC) e o 11° Encontro do Programa Prazer em Ler (PPL). Mais de cem bibliotecas comunitárias de nove estados do país estiveram reunidos no Recife: doze redes, congregando 115 bibliotecas nos estados do Pará, Maranhão, Ceará, Pernambuco, Bahia, Minas Gerais, São Paulo, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro. Além de discutir políticas públicas de formação de leitores, eles contaram com uma vasta programação que celebrou o marco dos dez anos da rede local: a nossa Releitura. Criada em 2007, ela começou com quatro bibliotecas comunitárias, que se encontravam uma vez ao mês, para compartilhar experiências e fortalecer suas atuações.
“Hoje, somos nove bibliotecas comunitárias do Recife, Jaboatão e Olinda, e temos forte presença nos espaços de participação social para construção de Políticas Públicas voltadas ao Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas”, pontua a articuladora Isamar Assunção, que integra a coordenação da Biblioteca do Cepoma, em Brasília Teimosa. A Releitura tem assento no Conselho Estadual de Políticas Culturais; participa do Fórum Pernambucano em Defesa do Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas; integra a comissão executiva que está trabalhando na elaboração do Plano Estadual do Livro, Leitura e Bibliotecas (PELLLB); tem marcado presença em todas as audiências públicas para elaboração do Plano. Todas as bibliotecas da Rede tem hoje um excelente acervo e pessoal qualificado para atuar na formação de leitores. “Mas garantir a sustentabilidade é uma luta constante”, afirma o articulador Fábio Rogério, que coordena a Biblioteca Amigos da Leitura (no Alto José Bonifácio).
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Tópico Especial: A Luz das Periferias
O hábito da leitura pode transformar realidades. É o que defendem projetos de incentivo à leitura localizados nas periferias brasileiras, inclusive as do estado. A pioneira Livroteca Brincante do Pina, criada em meio às palafitas na Maré do Pina (Recife/PE), tornou-se um símbolo de luta pela leitura como um direito humano, sendo catapultada a primeiro Ponto de Leitura do País. Os espaços de leitura comunitários surgidos nesses contextos têm o objetivo de garantir o uso público e comunitário dos livros como essência, mas também se organizam em torno de pautas sociais e de acesso à cultura - conseguem fazer com que os que não têm dinheiro para adquirir livros possam ter acesso ao mundo da literatura e ao mesmo tempo, catalisam a reflexão sobre as mais diversas pautas que afligem os moradores de uma região.
Foi buscando enfrentar esse desafio, que o projeto Geladeira Cultural virou referência ao transformar geladeiras velhas em bibliotecas, instaladas em espaços públicos. Mediante parcerias com entidades privadas e governos municipais, foi ampliado no Recife através de uma parceria firmada entre o movimento Periferia & Cidadania, que idealizou a iniciativa, e a Prefeitura do Recife, alcançando diversas outras cidades da região metropolitana, como Camaragibe, São Lourenço da Mata. “Muitas escolas não possuem bibliotecas, o que dificulta o acesso das crianças aos livros. E essa geladeira vem para suprir essa necessidade cultural. O fato de ser algo diferente desperta o interesse dos pequenos, que, aos poucos, vão se apaixonando pela literatura”, explica o coordenador do movimento, Sérgio Santos. Três anos após a criação do projeto 32 Gelatecas já haviam sido doadas em toda a RMR.
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Tópico Especial: Lendo Mulheres
Em 2014, a autora e ilustradora inglesa Joanna Walsh popularizou nas redes sociais a hashtag #readwomen2014, um projeto pessoal que consistia em ampliar seu contato com a produção de mulheres na literatura. A iniciativa despertou o entusiasmo e o interesse de três jovens aqui no Brasil, que, em 2015, começaram a campanha para formação de clubes de leitura em São Paulo. O Leia Mulheres surgiu a partir do encontro de três amigas com interesses em comum: feminismo, paixão pela literatura e o desejo pela transformação. Completando sete anos neste março de 2022, a iniciativa se consolida como uma rede potente composta por mais de 300 mediadoras distribuídas em mais de 160 municípios em todos os estados do Brasil e também no exterior (como em Portugal, Suíça e Alemanha). Em Pernambuco, há grupos nas cidades de Recife, Belém do São Francisco, Ipojuca, Garanhuns, Olinda, Nazaré da Mata, e Petrolina.
Cabe mencionar o projeto recente 'Escritoras PE' que pesquisa autoras pernambucanas ou residentes no estado e a existência ainda de outros grupos nacionais de leitura dedicados à Mulheres Indígenas e o Mulheres Negras na Biblioteca. Em matéria especial sobre o Leia Mulheres, a revista Elle destaca a relevância:
"Para entender a importância do projeto, vale resgatar alguns resultados coletados a partir de uma pesquisa desenvolvida pelo Grupo de Estudos em Literatura Brasileira Contemporânea, vinculado à Universidade de Brasília (UNB), que mostram que mais de 70% dos livros publicados por grandes editoras brasileiras entre 1965 e 2014 foram escritos por homens. Além disso, 90% foram escritos por pessoas brancas e pelo menos metade vem do eixo Rio-São Paulo. A pesquisa ainda apontou que, em 115 anos de existência do prêmio Nobel de Literatura, apenas 13 mulheres foram vencedoras, e que entre os 40 membros da Academia Brasileira de Letras, atualmente só cinco são mulheres (Rachel de Queiroz, a primeira a ocupar um dos postos, em 1977, só conquistou a cadeira 80 anos depois da criação da instituição).
(...) E, como era de se imaginar, as personagens dos livros refletem esse cenário: 60% das 692 histórias analisadas pela pesquisa são protagonizadas por homens, sendo 80% brancos e 90% heterossexuais. Vale notar que mulheres e homens negros são absurdamente sub-representados tanto quando olhamos para os autores (2%) quanto para as personagens (6%). Dentre as obras analisadas, apenas seis traziam mulheres negras como protagonistas e outras duas como narradoras.




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Tópico Especial: A Estrutura das Bibliotecas SESC
As bibliotecas do Sesc são espaços preparados para leitores de todas as idades, com o objetivo de despertar o gosto pela leitura. Distribuídas por todo o país, contemplam um acervo de aproximadamente 2 milhões de exemplares, constantemente atualizado, composto por conteúdos variados e de qualidade: literatura nacional e estrangeira, clássicos da literatura mundial, livros de complementação escolar, textos não ficcionais e técnicos, periódicos, publicações especializadas em áreas como artes, antropologia e filosofia, entre outras. As unidades atuam de forma integrada, possibilitam consulta por meio físico e digital e oferecem empréstimo de livros ao público cadastrado. As bibliotecas do Sesc também são espaços de atividades culturais como cafés literários, saraus, festivais de leitura e poesia, feiras de livros, e contação de histórias.
Atualmente, a rede Sesc de Biblioteca/PE atende ao comerciário, dependente e comunidade em geral, oferecendo serviços em 16 Bibliotecas e 2 unidades móveis “BiblioSesc” (deslize para conferir as cidades). O melhor delas é que são abertas a qualquer cidadão local, que não somente podem utilizar para ler/estudar (para vestibular, concursos ou outros fins), mas ainda participar das atividades de incentivo à leitura e ao talento literário 😉! O PE Transparente visitou duas delas: as unidades de Goiana e Jaboatão - há ainda uma terceira na RMR, em São Lourenço da Mata, na primeira e na última, na verdade estruturas modernas e amplas, como parte de unidades especiais "Sesc Ler", que ainda desenvolvem atividades diversas educacionais, incluindo até mesmo alfabetização de jovens e adultos (EJA). Vale destacar que também possuem espaço infantil, para as crianças poderem aproveitar melhor! É possível fazer acesso à internet em computadores e agendar visitas.


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Tópico Especial: A PPP Rota dos Coqueiros e Responsabilidade Social
A Rota dos Coqueiros é uma rodovia Estadual (PE 024) com 6,5 km de extensão que conecta o município de Jaboatão dos Guararapes ao bairro do Paiva, no Cabo. Uma via costeira que transita entre a pluralidade da vegetação nativa e promove um percurso rápido para os moradores e visitantes. A Concessionária (CRC) concebeu e sistematizou em 2011 o Programa Socioambiental Integrado da Rota dos Coqueiros. O Programa de Gestão Socioambiental tem como objetivo o desenvolvimento de práticas de gestão sustentáveis que visam desenvolver pessoas e comunidades como agentes de seus próprios destinos e do desenvolvimento sustentável. Os projetos contemplados fazem referência ao PGS (Programa de Gestão Social) e PGA (Programa de Gestão Ambiental) da Concessionária, previstos em seu contrato de concessão.
O Programa Rota Viva chegou com o intuito de realizar atividades socioambientais na construção de um território com integração e desenvolvimento junto aos moradores do entorno do sistema viário Rota dos Coqueiros, entre Jaboatão dos Guararapes (bairros de Barra de Jangada e Curcurana) e o Cabo de Santo Agostinho (Itapuama e Reserva do Paiva). Por meio do projeto Rota da Leitura, os integrantes da CRC e de organizações parceiras atuam como voluntários na contação de histórias para o público infantil. Também produzem audiolivros, que são disponibilizados às famílias dos alunos, além de serem um componente educacional para a grade curricular dessas crianças!


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Tópico Especial: Inclusão de Deficientes
A história dos livros para cegos no mundo começou praticamente junto com a invenção do Sistema Braille e foi uma revolução sem precedentes no processo de educação das pessoas cegas já visto no mundo. Com o objetivo de promover o acesso à leitura e informação para todas pessoas, a Fundação Dorina criou a Dorinateca, uma plataforma on-line que há 7 anos, diminui as barreiras entre os leitores com deficiência visual e as obras literárias. Com um acervo composto por mais de 5 mil títulos, dentre os quais estão obras literárias, edições da Revista Falada (publicação da Fundação Dorina) e dicionários da língua portuguesa, o serviço está disponível gratuitamente para pessoas físicas com deficiência e pessoas jurídicas que desenvolvem ações de leitura inclusiva. Além do Braille também, as pessoas cegas têm mais quatro alternativas para fazer uma boa e prazerosa leitura.
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Tópico Especial: A contribuição da leitura para Ressocialização
O Brasil tem a quarta maior população carcerária do mundo: só perde para Estados Unidos, China e Rússia. A leitura é, sem dúvida, um caminho para o conhecimento e tem sido usada como estratégia na recuperação de presos no país. Em 2013, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) publicou uma portaria que autorizava juízes a diminuir penas dos presidiários que escrevam sobre os livros que leem. Atualizada posteriormente por meio da Recomendação nº391 do CNJ, deve ser estimulada a remição pela leitura como forma de atividade complementar. Programas que incentivam o contato com os livros em troca da diminuição de pena estão presentes em alguns estados e Pernambuco é um deles.
Abreu e Lima
A cidade possui 100.346 habitantes. Não possui um Plano Municipal de Cultura. Com histórico de gestões fracas e pouco abertas à participação da sociedade, o município tem poucas opções de equipamentos culturais. Recebeu privilegiadamente em 2018, todavia, a sede do segundo Centro Poliesportivo e de Lazer do Sesc em Pernambuco, além de ter como principal catalisador de ensino musical um projeto empreendido por um filho da terra, o abreulimense e renomado Maestro Spok. São duas fontes que desde instituídas, colocaram a cidade no mapa das que, na RMR, irradiam eventos culturais impulsionadores de cidadania.
No campo da literatura, entretanto, não possui projetos permanentes de repercussão e permanentes instituídos pelo governo municipal. Para incentivar o hábito da leitura entre crianças, jovens e adultos que frequentam a Praça São José, estudantes do novo Instituto Federal de Pernambuco, Campus Abreu e Lima realizaram, em 2019, o Projeto Biblioteca na Praça. Na ocasião, a iniciativa teve o 'apoio cultural' da Prefeitura de Abreu e Lima, através da então Secretaria de Turismo e Cultura.
| Perfil da Biblioteca Municipal
[Não Possui]
| Perfil da Biblioteca do IFPE
Completando seis anos de existência da unidade (em 2022), desde 2019 a Biblioteca do IFPE ganhou espaço na cidade, com a inauguração da sede definitiva do Campus Abreu e Lima. A maior parte acervo é composta por livros técnicos concernentes aos cursos regulares ofertados, mas também livros literários e sobre muitos outros assuntos, como em disciplinas de concursos e vestibulares. Aberta à população, os usuários da comunidade em geral podem utilizar as salas de estudo para consultar internamente as obras do acervo, com catálogo disponível on-line.
Contatos
Rua Jaguaribe, s/n - Alto Bela Vista, Abreu Lima (às margens da BR-101, ao lado do Mercado Público | 🕗 7h30 às 15h30 (seg/qua/sex) e 7h30 às 18h30 (ter/quintas) • Telefone: Lista de WhatsApps | E-mail: biblioteca@abreuelima.ifpe.edu.br | Instagram Oficial

| Infraestrutura dos Projetos Comunitários
O EducAbreu é um projeto de educação popular realizado no município de Abreu e Lima, região metropolitana de Recife.
Araçoiaba
A cidade possui 20.733 habitantes. Não possui um Plano Municipal de Cultura. Na área norte da Região Metropolitana, o município de Araçoiaba surge como destaque nacional negativo, pela ausência de serviços básicos. O menor e mais novo, de apenas 21 anos de fundação, e pouco mais de 20 mil habitantes, está na lista das 100 piores cidades do país para se viver. A cidade não possui atualmente projetos de referência divulgados.
Exatamente pelo seu contexto, o Projeto ‘Ler pra Ser’, desembarcou, em janeiro de 2022, na cidade. Buscando incentivar a prática da leitura, escrita e apropriação de sua própria história, por meio da cultura local (entre as crianças, adolescentes, jovens e adultos), a iniciativa da Liga Criativa focou nos municípios pernambucanos com baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Ou seja, localidades com precariedades de políticas públicas eficientes que atuem nas problemáticas das comunidades e população, como falta de escolas, atendimento de saúde de qualidade, rede de saneamento, violência urbana, desemprego. Com a proposta de criar novos leitores e escritores na cidade, o prevê a doação de uma ‘Caixa de Histórias’ – uma espécie de biblioteca ambulante que vai circular por pontos de cultura, sede de agremiações culturais, praças, associações e a própria casa dos moradores. A caixa contém um acervo de 50 livros, que incluem recursos de acessibilidade em Braille, Libras e audiolivros, voltados para todas as faixas etárias.
| Infraestrutura dos Projetos Comunitários
[Não Possui]
Cabo de Santo Agostinho
A cidade do Cabo possui 208.944 habitantes. A Prefeitura do Cabo de Santo Agostinho, através da Secretaria Municipal de Educação, promove um Concurso Municipal de Leitura (já em sua 5ª edição). A competição é voltada para estudantes do 4ª ano do Ensino Fundamental da Rede Municipal, com idade até 10 anos.
Fruto de um processo de amplo debate e participação do tecido sociocultural, o Plano Municipal de Cultura se constitui como um importante mecanismo de consolidação da política pública de cultura. Neste sentido, cabe destacar que o papel de todos nesta tarefa torna-se imprescindível. Pois, mesmo sendo - o Plano - um instrumento de planejamento da Prefeitura, o acompanhamento pela sociedade e órgãos de controle é necessário para seu sucesso. O recorte das necessidades e metas previstas para o Eixo do Livro e da Leitura, elenca, dentre inúmeros pontos,
| Perfil da Biblioteca Municipal
A Biblioteca Municipal Joaquim Nabuco, completou em abril de 2022, 81 anos de sua fundação. A instituição foi criada no dia 17 de abril de 1941, pelo prefeito Manuel Clementino Cavalcanti de Albuquerque, através do Decreto Lei nº 08, e é uma das mais antigas bibliotecas do Estado e do país em atividade. A instituição integra o Sistema de Bibliotecas Públicas do Estado (SBPE), que tem como objetivo a integração, planejamento e execução de atividades compartilhadas. O local, na década de 50, sediou o Grêmio Literário Cabense, que reunia escritores, professores, poetas e intelectuais da cidade - e que tornou-se uma das mais importantes agremiações culturais da região. É uma das uma das cinco mais atuantes bibliotecas públicas de Pernambuco e com perfil nas redes sociais.
Contatos
Av. Histo. Pereira da Costa, 769 - Centro, Cabo de Santo Agostinho
🕗 8h30 às 16h • Telefone: (81) 3524-9202
| E-mail: biblicabo.joaquimnabuco@gmail.com | Facebook e Instagram Oficial

| Perfil da Biblioteca do IFPE
A Semana Multicultural da Biblioteca é um evento do Campus Cabo, promovido pela Coordenação de Biblioteca e Multimeios e pelo Núcleo de Arte e Cultura da unidade. A maior parte acervo é composta por livros técnicos concernentes aos cursos regulares ofertados pelo Campus, mas também oferece livros literários e sobre muitos outros assuntos, como em disciplinas de concursos e vestibulares. Aberta à população, os usuários da comunidade em geral podem utilizar as salas de estudo para consultar internamente as obras do acervo, com catálogo disponível on-line.
Contatos
Rua Sebastião Joventino, s/n, Destilaria Central, Cabo de Santo Agostinho/PE
🕗7h30 às 16h30 (seg/sex) • Telefone: (81) 3878-5800
| E-mail: biblioteca@cabo.ifpe.edu.br | Instagram Oficial

| Infraestrutura dos Projetos Comunitários
Através de contação de histórias e da produção de audiolivros, o projeto Rota da Leitura está transformando vidas a partir da literatura infantil e do voluntariado, levando muito mais brilho e transformações para várias crianças da CRC com o incentivo à leitura vindo da contação de histórias e de audiolivros! Os audiolivros infantis inclusive estão disponíveis - 3 edições lindas, desenvolvidas com o objetivo de incentivar a leitura na primeira infância e gravados com muito carinho pelos voluntários e voluntárias da CRC. A curadoria foi feita com a participação de profissionais da educação das escolas de Barra de Jangada, Reserva do Paiva e Itapuama.
Camaragibe
A cidade de Camaragibe possui 158.899 habitantes. Não possui um Plano Municipal de Cultura. Entretanto, através da sua Biblioteca Municipal, lançou em 2019, dois projetos que prometem estimular a cultura literária no município: a Geladeira Cultural e a Biblioteca Digital. O primeiro consiste, como o nome indica, em geladeiras contendo livros para empréstimo e consulta que serão localizadas nos bairros de Viana, Santana e Sta. Terezinha - foram implementadas nas associações dos bairros de Santana e Sta. Terezinha e no Quilombo de Catucá em Viana. O objetivo principal é estimular a prática da leitura dentro das comunidades, e aproximar as crianças desse universo.
Já o segundo é a versão on-line da biblioteca da cidade, que facilitará aos leitores o acesso ao equipamento. “No site, o público pode fazer renovações online, reserva e consulta ao nosso acervo. Os livros ainda vão entrar no processo de cadastro, receber uma nova numeração, etiquetagem, o que vai durar em torno de seis meses a um ano”, explica a bibliotecária Ialy Cintra, acrescentando que a iniciativa é fruto de uma parceria com a Diretoria de Tecnologia e Informação. A Penarol de Camaragibe foi uma das 6 bibliotecas de Pernambuco selecionadas pelo programa Recode. Com um riquíssimo acervo de grandes obras disponíveis para a população, conta com mais de seis mil obras, além de livros em braille e audiobooks.
| Perfil da Biblioteca Municipal
Em atividades em sua atual sede na Rua Severino Santos, na Vila da Fábrica, desde 2011, o espaço cultural só obteve sua oficialização e regularização jurídica perante a legislação municipal em 2017 (Projeto de Lei Nº 053/2017). A partir de então, também seu gerenciamento foi desenvolvido por uma bibliotecária de formação superior concursada (a servidora Laly Cintra). O local abriga um acervo de mais de cinco mil livros e vem realizando atividades diversas para a comunidade, além de ter passado por uma reforma geral em 2022 - ganhando um espaço infantil qualificado para contação de histórias além de cabines individuais de estudo e cineclube. Os munícipes que visitarem a biblioteca também irão contar com um acervo mais diverso e computadores com internet para pesquisas.
Contatos
R. Severino Santos, 351 - Vila da Fabrica, Camaragibe
🕗 8h às 17h (seg/sexta) • Telefone: (81) 3458-5950
| E-mail: penarolbiblioteca@gmail.com | Infelizmente, não possui um perfil ativo nas redes sociais.
| Infraestrutura dos Projetos Comunitários
[Não Possui]
Goiana
A cidade de Goiana, na zona da Mata Norte pernambucana (exceção às demais desta página) possui 80.055 habitantes. Não possui um Plano Municipal de Cultura. Com forte tradição em suas expressões culturais, possui duas bandas centenárias como seus grandes patrimônios culturais e que sempre marcam presença em solenidades cívicas e religiosas, inclusive em viagens pelo Brasil ou concertos notáveis.
Em 2021, realizou a 1° edição da Feira Literária de Goiana (fliGO), que prestou homenagem ao autor contemporâneo e poeta goianense Phillipe Wollney. O evento, realizado pela Companhia Editora de Pernambuco (CEPE) e curadoria da Fundação Gilberto Freyre, tem o apoio da Prefeitura de Goiana, do SESC Ler Goiana e do Governo de Pernambuco e conta com uma programação gratuita, totalmente diversificada (venda de livros, oficinas, debates, contação de histórias e apresentações culturais - lançamentos e bate-papos literários, exibição de filmes, shows musicais, apresentações teatrais e atividades infantis). Vale destacar importância da inclusão da feira no calendário cultural do município, que por voto democrático com os alunos e professores da rede municipal de ensino, dentre outros presentes, definiram o mês de outubro de 2022 para a realização da 2° edição da feira. A Prefeitura também disponibilizou créditos para alunos e professores da rede municipal de ensino para aquisição de livros durante o evento.
Para a curadora da Fligo, Jamille Barbosa, a feira chega com a proposta de ser um espaço de fruição artística, evidenciando, sobretudo, a produção cultural dos realizadores locais. Considerado o principal projeto de divulgação de literatura hoje em curso na região, o Recita Mata Norte, A Fligo tem uma importância especial por ser a primeira feira que a Cepe realiza na Zona da Mata Norte e passará a representar a região na programação das nossas feiras presenciais.
Resultado de uma parceria entre a Prefeitura, a Fundação Banco do Brasil e AVSI Brasil, FCA, Jeep (que integram o parque industrial), quatro escolas de rede pública de ensino do município foram beneficiadas com a implantação de Bibliotecas e Salas Multimídia. A ação teve o apoio do Projeto Vozes Daqui, que desde setembro de 2020, no decorrer de 30 meses promoveu atividades de valorização e fomento à educação envolvendo alunos, professores e comunidades em Goiana. Dentre elas, uma capacitação em Gestão de Bibliotecas, como parte do componente Projetos Escolares que visou a melhoria do ambiente escolar em nove unidades escolares de Goiana (a cidade contém 36 escolas). A Escola Irmã Marie Armelle Falguieres, localizada no centro, ganhou a Biblioteca e Sala de Multimídia Professora Giselda Menezes de Melo, uma homenagem à antiga professora e bibliotecária da escola. Outras também replicaram reconhecimentos semelhantes.
| Perfil da Biblioteca Municipal
Segundo informa o acervo do projeto "Goiana dos Caboclinhos": "A loja maçônica “Fraternidade e Progresso” foi fundada em 4 de junho de 1874. O “Gabinete de Leitura de Goiana”, que funciona no mesmo prédio, foi criado depois, em 1876, por um grupo de jovens da sociedade maçônica, com o fim de levar àqueles de poucos recursos o contato com os livros. A biblioteca recebeu depois o nome de “Desembargador Francisco Luiz” em homenagem a Francisco Luiz Corrêa de Andrade, que fez a doação de toda a sua biblioteca particular e ofereceu, para a sua manutenção, uma casa na Rua do Meio e mais vinte contos de réis em apólices Federais (ficou sendo dessa forma a melhor biblioteca de então, do interior do Estado, com cerca de quatro mil volumes). Em tempos passados, estavam presentes no salão do Gabinete de Leitura, para debates literários e palestras em dias cívicos, vultos inesquecíveis, de nosso meio intelectual, tais como: Manuel Borba, Elpídio de Figueiredo e Antônio Raposo.
Na Ditadura Vargas, com o fechamento das lojas maçônicas, grande parte do seu acervo, inclusive documentos importantes sobre a história de Goiana, foi jogado no poço existente no quintal e a chave da Loja Maçônica entregue ao Senhor Interventor no Estado. Depois da deposição de Vargas, a loja foi reaberta, porém muitos de seus livros já tinham sido consumidos pelas traças. Alguns exemplares foram recuperados graças ao trabalho de Luís Gomes."
| Perfil da Biblioteca do SESC
Inaugurada em outubro de 2013, a unidade do Sesc em Goiana é o sétimo Centro Educacional Sesc Ler instalado no Estado. Em um espaço de 54 mil m², a unidade é um moderno complexo educacional, esportivo e cultural, beneficiando toda a população do município e entorno. Sediará também a Fligo. Conta com um vasto acervo: cerca de 5 mil obras literárias e ainda para pessoas com deficiência - livros escritos em braile e com acessibilidade para pessoas surdas ou que têm baixa visão (70 audiolivros, 30 títulos escritos em braile e 12 com fonte ampliada). As obras são de diversos gêneros e para todas as idades.
“Queremos proporcionar à população um espaço de promoção da diversidade e de inclusão. Por isso, procuramos atender toda a comunidade de forma igualitária”, afirma a analista de Biblioteca do Sesc Ler Goiana, Danielle Martins.
Contatos
Rua do Arame, s/n, Centro, Goiana – PE
🕗8h às 17h (seg/sex) • Telefone: (81) 3626-8422
| E-mail: bibliotecagoiana@sescpe.com.br | Instagram Oficial

| Infraestrutura das Bibliotecas Comunitárias
O CLAG - Clube de Leitura e Artes de Goiana é uma organização artística cuja missão é promover, incentivar e apoiar o amor pela leitura, literatura em geral (prosa e poesia) e artes como um todo no município, dedicando-se, portanto, a atividades concernentes a este objetivo. São novos ainda, começaram via WhatsApp, em junho de 2020 e possuem um canal no Youtube.
Igarassu
A cidade possui 118.370 habitantes [estimativa IBGE]. Não possui um Plano Municipal de Cultura. A cidade histórica e tombada pelo Iphan, não possui atualmente projetos de referência divulgados, para o público geral. Os que existem atualmente são direcionados aos estudantes da rede pública de ensino. Em 2019, inclusive, por meio de uma ação realizada em parceria com a Fundação Lemann, pela primeira vez em Igarassu os alunos dos 2º e 5º anos da rede municipal de ensino receberam avaliação de leitura. Uma equipe da secretaria de Educação avaliou, durante duas semanas, cerca de 2 mil alunos para obter informações reais sobre a situação dos estudantes quanto ao desenvolvimento da leitura. Assim, os professores vão poder planejar melhor o material de aula e a equipe da educação poderá direcionar melhor a capacitação dos professores para atender às necessidades das turmas. A ação ocorreu dentro das escolas, com crianças de 7 e 9 anos de idade. Posteriormente, foram ainda realizadas avaliações escritas com os alunos.
Em adendo, abriga a 22ª biblioteca Indústria do Conhecimento em Pernambuco, do Sesi (e a quarta biblioteca da Região Metropolitana do Recife, área norte, cuja região tem outras três unidades destinadas a atender o polo industrial da região). A unidade oferece para trabalhadores da indústria da região e moradores do município dez computadores com internet gratuita, acervo com mais de mil livros, e CDs e DVDs e jornais atualizados, para pesquisa e estudo.
| Perfil da Biblioteca Municipal
Conforme um importante blog local com registros sobre seu funcionamento (a partir de 2010): "Antes mesmo da criação de uma biblioteca Pública Municipal, o Jornal Voz de Igarassu, na edição nº 27 de 30 de janeiro de 1955, nos informa que existiu em Igarassu até o ultimo quartel do século XIX, um Gabinete de Leitura Igarassuense, que desapareceu sem registros documentais. Segundo informações do Livro de Registro de Atos e Decretos (1939/49) pertencente à Prefeitura Municipal de Igarassu, sob a guarda do departamento de pesquisa do Museu Histórico de Igarassu, a primeira Biblioteca Pública em Igarassu foi criada pelo ato nº 53 de 7 de outubro de 1942, pelo então prefeito Martiniano de Barros Correia, com o nome de Biblioteca Pública Municipal Duque de Caxias. Sobre a referida biblioteca não foi encontrado registro de seu funcionamento.
Com a ausência de uma biblioteca para atender a população, o então prefeito Clovis Lacerda Leite, cria através da lei municipal nº 1074, de 25 de agosto de 1969, uma Biblioteca Pública que foi inaugurada no dia 27 de setembro de 1969, num prédio localizado a Rua Dantas Barreto, nº 24, no sitio histórico. Tendo como primeira funcionaria a Srta Alda de Menezes Costa. Em 29 de julho de 1970, através da lei municipal nº 1176, passa a denominar-se Biblioteca Pública Municipal Hercília Bezerra Bandeira de Melo.
A Biblioteca no decorrer dos anos, durante administrações de inúmeros prefeitos, funcionou em vários prédios públicos instalados no município, como no Prédio da Câmara Municipal; no Sobrado do Imperador; num antigo casarão ao lado da Escola Estadual Santos Cosme e Damião; no Centro de Artes e Cultura e por ultimo no prédio anexo ao Museu Histórico.
Após um período desativada, o prefeito do município, o Sr Severino de Souza Silva, recuperou um prédio pertencente à prefeitura municipal, situada na Rua Frei Caneca nº 24, no sitio histórico, e neste local instalou a biblioteca, que foi reaberta ao público no dia 02 de dezembro de 2005, sob a coordenação do Professor Fernando Fernandes de Melo. Com uma nova proposta de trabalho e um acervo que foi sendo recuperado e atualizado para atender a população. A Biblioteca Pública Municipal ressurgiu não apenas como um espaço de leitura e pesquisa, mas também como um centro de informação e difusão da cultura."
Contatos
Rua Frei Caneca, 24 (Sítio Histórico) - Centro, Igarassu
🕗 8h às 17h (seg/sexta) • Telefone: (81) 3524-9202
| E-mail: bibliotecapmigarassu@gmail.com | Facebook e Instagram Oficial

| Infraestrutura das Bibliotecas Comunitárias
Os projetos Leiturarte, o "Leiturarte - Projeto de Incentivo à Leitura", criado em 2011 pela educadora Albanita Almeida, professora de Língua Portuguesa e Literatura, Especialista em Literatura Brasileira, membro da Academia Igarassuense de Cultura e Letras, Diretora teatral, atriz, produtora cultural, dramaturga e mamulengueira. É fundadora do Grupo Teatré uma realização do Grupo Teatral Ariano Suassuna, junto à estudantes da rede municipal que estão cursando o Ensino Fundamental I e II, com faixa etária entre 6 e 16 anos. Oficinas de contação de histórias, poesia de cordel e dramatização são algumas das atividades lúdicas inseridas na grade do projeto, que contribuiu para elevar notas acima da média, queda do índice de reprovação e aumento da frequência escolar. O intuito do grupo é incentivar o hábito da leitura e a produção de textos a estudantes do ensino fundamental.
O Ponto Cidadão surgiu da iniciativa da Itamaracá Transportes em destinar suas antigas instalações no sítio histórico de Igarassu para abrigar um projeto social com foco em educação. Após pesquisas junto à comunidade local, surgiu o objetivo do empreendimento em conformidade com as necessidades prementes: preparação de jovens para o mercado de trabalho. Ativa desde 2004, a Associação tem como diferenciais a abordagem integral do aluno (político/psicossocial); promoção da consciência cidadã; cuidado com a qualidade dos relacionamentos; voluntariado empresarial de educadores; programas complementares: e-mentoring, follow up, orientação vocacional, entre outros. Em 2010, foi estruturado pelo professor de Língua Portuguesa Amilton Gomes o "Escrevendo no Ponto", tendo por objetivo melhorar a ortografia dos jovens.
Ilha de Itamaracá
A Ilha de Itamaracá possui 26.672 habitantes. No contexto local, os estudantes estão inseridos numa comunidade humilde, onde existem poucos empregos formais. O comércio, a construção civil e a pesca são os principais meios de sobrevivência. A Ilha é reconhecida no estado, contudo, como a "Terra da Ciranda e do Coco de Roda", tendo como maior representante, Lia de Itamaracá, que canta e compõe desde a infância e hoje é considerada a mais famosa cirandeira do Nordeste, ostentando o título de Patrimônio Vivo da Cultura de Pernambuco. A Ciranda também foi reconhecida como Patrimônio Cultural do Brasil.
A Prefeitura (?) já desenvolveu o "Projeto Incentivadores da Leitura: Ler, Interpretar e Interagir" na quadra da EREM Pradines. A ação envolveu alunos da rede pública e privada da Ilha de Itamaracá. No entanto, com a debilidade da política municipal, a valorização da cultura da Ilha é feita justamente por grupos de jovens e instituições civis locais, que ao passo em que percebiam que símbolos culturais e tradições vinham se perdendo, sentiram a gritante necessidade de preservação de manifestações de sua cultura, língua e símbolos.
| Perfil da Biblioteca Municipal
Em 25 de outubro de 1972, pela Lei nº 370, o prefeito José Câmara e Silva, inaugura na cidade a Biblioteca Pública Municipal Antonio Macedo, em homenagem a um ilustre professor de geografia local. A biblioteca foi instalada em um prédio adaptado cedido pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (IBAMA), e está subordinada à Secretaria de Educação de Itamaracá, de onde vêm os poucos recursos que a instituição pode contar dentro do orçamento da Prefeitura.
[Está Inativa]

| Infraestrutura do Projeto Comunitário
O grupo Amantes da Ilha, que reúne moradores nativos e articula atividades de incentivo à cultura e de cuidados com o meio ambiente, oferece uma 'bibliodeira' (livros em uma geladeira) no cantinho especial de reuniões.
A Casa Uaná é um espaço cultural localizado na comunidade de Vila Velha na Ilha. Fundada em 2015, a casa realiza ações artístico-culturais e de comunicação comunitária sempre valorizando a diversidade cultural e dialogando com conhecimentos tradicionais locais, na busca por envolver a comunidade e sua meninada como participantes e realizadores da Casa Uaná. Além de ser um ponto de encontro e brincadeira, ela abriga o Maracatu Mosca de Fogo do Baque Virado e a Biblioteca Comunitária Urissanê, realiza o Cineminha Uaná, além de diversas atividades semanais, como rodas de leitura, oficinas de artes visuais, futebol e artesanato.
Contatos
Telefone: (81) 98166-6909 (WhatsApp Anabeth) | E-mail: pirilampo.uana@gmail.com
Ipojuca
A cidade de Ipojuca possui 97.669 habitantes. Nos últimos anos, a educação literária despontou no município, que tornou-se uma referência na região metropolitana. Criada em 2005, a feira 'Fliporto' teve grande repercussão mas também enfrentou percalços ao longo de sua história, chegando a ser cancelada em 2016 por falta de apoio financeiro, e, posteriormente, tendo seu formato remodelado. Após ter sido transferida da praia que lhe deu o nome original, no litoral sul, em 2010 (e levada para Olinda, onde foi rebatizada como Festa Literária Internacional de Pernambuco), a feira voltou ao seu local de origem em 2018.
Ipojuca vai respirar Arte, Cultura e Educação, durante o mês de agosto, durante a realização do 4° Festival do Livro do Litoral Sul. O evento realizado pela Andelivros, que volta a ser realizado depois de dois anos de hiato por conta da pandemia, recebe todo apoio da Prefeitura de Ipojuca através da Secretaria de Educação para ser retomado em grande estilo. Na programação, que tem como tema “No meu tempo de criança: Ipojuca, minha terra, meu lugar”, palestras, lançamentos de títulos, apresentações culturais, contação de histórias, entre outras atividades para estudantes, professores e profissionais da Educação e o público em geral.
Adicionalmente, a Secretaria de Educação, realizou, em julho de 2022, a promoção de um Sarau Literário nas unidades participantes do I Festival Literário – Flipojuca. O evento consiste no desenvolvimento e incentivo da leitura e escrita literária entre os estudantes de todas as modalidades da rede (Educação Infantil, Ensino Fundamental, Educação de Jovens e Adultos – EJA e Educação Especial), tanto nas escolas urbanas como na área rural. “No sarau, os estudantes, nas suas unidades, vivenciam as produções, como rodada de leitura, leitura individual e compartilhada, dramatização, contação de histórias, apresentações teatrais, entre outros formatos de expressão dos trabalhos”, esclarece a diretora de Ensino do Ipojuca, Silvia Helena em notícia oficial. Os próximos passos serão apresentação das atividades selecionadas para o Festival do Livro e culminando na publicação de um livro/e-book.
Já trabalhar a valorização da leitura em suas diversas expressões, através de ações didáticas, culturais, pedagógicas e artísticas em espaços públicos do município, é a proposta do projeto Praça Literária, desenvolvido pela Prefeitura, também por meio da Secretaria Municipal de Educação.
| Perfil da Biblioteca Municipal
A Rede de Bibliotecas Públicas do Município de Ipojuca, criada no ano de 2003, é composta por uma biblioteca sede e outras 03 (três) distritais que desenvolvem desde sua concepção ações culturais voltadas para todas as faixas etárias e públicos advindos da comunidade circundante. No ano de 2011, foi observado que maior parte do público frequentador das unidades era composto pela comunidade urbana, tendo em vista a grande extensão rural do município, tornou-se óbvio a necessidade das bibliotecas fazerem-se presentes também para este segmento social.
Inaugurada em junho de 1960, a Biblioteca Pública Municipal Joaquim Nabuco, localizada em Ipojuca-Sede, ganhou em 2016 uma reestruturação e possui desde então, um ambiente mais moderno voltado para todos os públicos (o prédio onde funciona o equipamento foi totalmente reformado e adequado). A estrutura tem andar térreo totalmente adaptado para o público infantil e primeiro andar voltado para o juvenil e adulto, além de salas de estudo em grupo e individuais, laboratórios de informática, de áudio e vídeo; quiosques de leitura; acervo universitário, sala multiuso; canto da leitura; banheiros adaptados para pessoas com deficiência, além wi-fi. O acervo contém sete mil livros de aproximadamente quatro mil autores renomados em diferentes segmentos literários, incluindo escritores pernambucanos.
Contatos
Rua José Marinho Alves, 284, Ipojuca-Sede
🕗 08h às 20h (seg/sexta) e 10h às 16h (sáb/domingo) • Telefone: (81) 3551-0885
| E-mail: bibliotecaipojucasede@gmail.com | Instagram Oficial

| Perfil da Biblioteca Municipal de Serrambi
A Biblioteca Pública Municipal de Serrambi foi implantada em 2010. Atualmente está localizada na Quadra X5 - Lote 09 (Rua do terminal de mototáxi).
Contatos
R. Celestial, 16 - Camela, Ipojuca
🕗 7h às 12h (seg/sex) • Telefone: (81) xxxx-xxxx
| E-mail: xxx | Instagram Oficial

| Perfil da Biblioteca do IFPE
A Biblioteca do IFPE-Campus Ipojuca começou a funcionar em 2019. Trata-se de uma área de mais de 850 metros quadrados, com espaço para acervo, leitura, salas de estudo individual e em grupo, computadores e rede wifi. Há ainda espaços administrativos, sala de áudio e vídeo, além de um miniauditório com capacidade para 80 pessoas. A maior parte acervo é composta por livros técnicos concernentes aos cursos regulares ofertados pelo Campus, mas também oferece livros literários e sobre muitos outros assuntos, como em disciplinas de concursos e vestibulares. Aberta à população, os usuários da comunidade em geral podem utilizar as salas de estudo para consultar internamente as obras do acervo, com catálogo disponível on-line.
Contatos
Rod. PE-60, km14 - Califórnia (bairro), Ipojuca
🕗 9h às 15h (terças) e 13h30 às 19h30 (quintas) • Telefone: (81) 3311-2505
| E-mail: biblioteca@ipojuca.ifpe.edu.br | Facebook e Instagram Oficial

| Infraestrutura dos Projetos Comunitários
Alunos da Escola Municipal Amara Josefa da Silva, em Porto de Galinhas, participaram, este ano de 2022, do projeto Leitura nas Praças, promovido pelo Fórum Literário Internacional i-Lit, com sede em Frankfurt, na Alemanha. Ipojuca foi o primeiro município de Pernambuco a receber o projeto, que contou com a presença do autor Carlos Gomes (Coleção Planeta Pequeno Príncipe). O local escolhido foi a Praça 2, localizada no balneário ipojucano. Na oportunidade, foi realizado um momento literário ao ar livre com alunos da escola, contando com o apoio cultural da Prefeitura. "As praças ficarão ainda mais recheadas de diversão em torno dos livros e da leitura. Logo após a cada encontro a i-Lit presenteará a comunidade com uma Mini biblioteca na praça, além de homenagem que profissionais de ensino estarão recebendo”, observa a fundadora do Fórum, Andréia Oliveira.
A ONG TPM - Todas Para o Mar tem como objetivo educar através do surf. Criada por Nuala Costa, uma das primeiras surfistas negras do país, essa iniciativa já consagrou atletas que hoje são referências no Surf nacional e internacional. A ONG está em expansão e buscam pessoas para participar do programa de voluntariado, além de doações para o espaço, tendo como foco desenvolver e promover práticas socioeducativas.
Com dedicação às mulheres, o Lendo Mulheres Camela "surgiu de maneira natural, simples e despretensiosa, eram só mulheres querendo discutir sobre os livros que lemos". No entanto, "percebendo a relevância que esse clube poderia ter dentro da comunidade a qual pertencem, resolveram se organizar mais ativamente para que ele cresça ainda mais e alcance mais pessoas". Na pandemia, seguirem virtualmente, e o Instagram sempre tem dicas e conteúdos muito ricos!
Itapissuma
A cidade de Itapissuma possui 26.900 habitantes. Não possui um Plano Municipal de Cultura. Na Região Metropolitana do Recife, o município se destacou nos últimos anos por obter as melhores notas no IDEB, tanto nos anos iniciais quanto nos anos finais. A rede municipal tem 13 escolas e duas creches, com um total de 3.851 estudantes e 523 docentes. Apesar disso, não conta com uma Biblioteca Pública, nem projetos especiais voltados ao incentivo da leitura para a população em geral.
Representantes da Alcoa e SESI, com o apoio da Prefeitura, inauguraram em 2010, uma unidade da 'Indústria do Conhecimento', uma iniciativa da indústria lançada em 2006 para promover o acesso à informação e cultura para a população de municípios com baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). A estrutura física da biblioteca, com 100 m², conta com acervo de 1,5 mil títulos abrangendo, em sua maioria, as diversas áreas do conhecimento, além de 10 computadores com acesso à internet (sendo um para gestão da unidade), 24 lugares para leitura, pesquisa e estudos. O centro multimídia da Biblioteca SESI fica localizada na Rua Barão de Itapissuma, sem número, Parque Ecológico, e funciona de segunda a sexta, das 8h às 12h e das 14h às 18h.
| Perfil da Biblioteca Municipal
[Não Possui]
Já teve uma: a Lauro Bento de Paiva passa despercebida no atual panorama de “desenvolvimento” da cidade, esquecida e abandonada pelas autoridades locais, que era desprovida de tudo, apenas sobrevivendo pela abnegação de seus poucos funcionários. Foi criada pela Lei nº 20, de 12 de julho de 1983, assinada pelo então prefeito Yves Ribeiro. A lei dava ênfase não só a criação da biblioteca, como também ao orçamento de Cr$ 1.500.000,00 (hum milhão e quinhentos mil cruzeiros) destinado à despesa de instalação, manutenção e aquisição do acervo inicial para a Biblioteca. Era também obrigação da prefeitura o pagamento de 01 funcionário para os serviços da referida biblioteca.
Instalada em um casario pertencente à Prefeitura, no centro do município, anos depois a biblioteca seria desativada, por falta de interesse político e da própria comunidade. Dezembro de 1988 foi reaberta, sendo em 1990 instalada na Rua Barão de Itapissuma, no Centro de Treinamento, local bastante distante do centro. De acordo com uma servidora responsável, que dedicou quase duas décadas à Biblioteca, a falta de um prédio próprio e de um espaço adequado foi uma constante durante sua existência - o que se verifica ainda em 2022.
| Infraestrutura dos Projetos Comunitários
[Não Possui]
Jaboatão dos Guararapes
A cidade de Jaboatão dos Guararapes possui 706.867 habitantes. Não possui um Plano Municipal de Cultura. A Prefeitura lançou, em outubro de 2017, o programa “Escola que lê faz a mudança acontecer”, com o objetivo de incentivar os 62 mil estudantes da rede municipal a ter interesse pela leitura e saber interpretar informações. De acordo com a secretária municipal de Educação, Ivaneide Dantas, o programa da atual gestão nasceu como uma política pública de caráter permanente e que envolve todas as unidades escolares, assegurando ainda a distribuição de livros paradidáticos para todos os estudantes do Ensino Infantil, Ensino Fundamental e Educação de Jovens e Adultos – EJA.
Desde 2018, há um movimento literário na cidade: o 'Sarau da Gente' iniciou com encontros semanais e segue articulando encontros com os interessados no universo da leitura e produção literária.
| Perfil da Biblioteca Municipal
A Antiga Casa de Marilita Martins é um bom exemplo de como um prédio histórico pode ser preservado. Como houve sempre o interesse em lhe atribuir alguma funcionalidade pública, passou por várias reformas que adaptaram o uso moderno, mas preservaram suas características originais. Foi transformada, então, na década de 70, na Casa da Cultura e depois teve diversas funções abrigando Secretarias e o Instituto Histórico de Jaboatão, que durante muito tempo, antes de adquirir sua atual sede própria, também funcionaram nesse prédio, em uma pequena sala. Hoje, sedia inteiramente a Biblioteca Pública de Jaboatão – Benedito Cunha Melo. É considerado um dos belos prédios históricos de Jaboatão, pela sua beleza peculiar. Sua história começa na segunda metade do século XIX.
Contatos
R. Marilita Martins, 47 - Centro, Jaboatão dos Guararapes
🕗 8h30 às 17h (seg/sexta) • Telefone: (81) 3481-1047
| E-mail: bmjaboatao@gmail.com | Instagram Oficial
| Perfil da Biblioteca do SESC
Inaugurado em 1970, o Sesc Piedade oferece à população de Jaboatão um espaço voltado para o lazer e diversão, que convida a clientela para a prática esportiva e recreativa. Oferece ainda atividades culturais, educação complementar e desenvolve um trabalho de valorização da pessoa idosa com o grupo da terceira idade. A sua Biblioteca José Mindlin completou em 2022 duas décadas de funcionamento e tem um acerco com aproximadamente 8.000 títulos (com obras de referências, livros didáticos, periódicos, literatura brasileira, universal e infanto-juvenil).
Entre suas diretrizes destaca-se a intensificação da política de incentivo à leitura, por isso, ao longo de sua história, promoveu eventos com escritores e poetas pernambucanos, recitais, sorteio de livros, e até encontro dos estudantes que usufruíram do espaço para seus estudos e pesquisas e hoje estão no mercado de trabalho. Possui computadores com acesso à internet.
Contatos
R. Goiana, 40 - Candeias
🕗9h às 21h (seg/sex) • Telefone: (81) 3361-0097
| E-mail: bibliotecapiedade@sescpe.com.br | Instagram Oficial

| Infraestrutura dos Projetos Comunitários
A Biblioteca do Instituto Peró disponibiliza de uma sala ampliada, equipada com funcionamento diário. Tem como objetivo formar leitores promovendo atividades de mediação de leitura, estimulando o gosto pela leitura, e acesso ao livro aos alunos, professores da rede pública e toda comunidade do entorno (em Piedade), visando enriquecer o universo cultural e contribuir para o desenvolvimento das competências de leitura e escrita desse público. As mediações de leitura e oficinas realizadas buscam a interligação das diversas artes: plásticas, cênicas, visuais, e de forma contextualizada com a as artes literárias. O Baú de Leitura é uma ação de enraizamento comunitário que visa ao incentivo da leitura, por meio de atividades de mediação e o objetivo de atender as crianças e jovens das escolas municipais e estaduais da cidade.
Crianças do bairro de Comportas, podem contar com uma forte aliada do lazer e do acesso à cultura da comunidade: as atividades da Biblioteca Comunitária de Comportas, do Espaço Heleno Veríssimo. O espaço foi criado em 2008 pelo escritor que hoje lhe dá nome (já falecido). No local, os pequenos podem ter nas mãos um acervo de obras com temáticas variadas - desde literatura infanto-juvenil, passando por sociologia, ecologia e literatura brasileira e estrangeira. Além da leitura, as crianças participam de brincadeiras e atividades lúdicas, como confecção de livros e leitura mediada. Ainda, aulas de matemática e letramento, e oficinas de capoeira, karatê e futebol.
Moreno
A cidade de Moreno possui 63.294 habitantes. Não possui um Plano Municipal de Cultura. Recentemente, coletivos locais passaram a lutar pela efetivação do Conselho de Cultura e sistema de incentivos, e em 2021, a cidade ganhou o 1º Catálogo Cultural, intitulado “Moreno Tem Cultura” nas versões impressas e e-book, produzidos pela editora morenense Ser Poeta com o incentivo da Lei de Emergência Cultural Aldir Blanc.
Apesar disso, agosto é o mês que o município se torna a cidade da literatura. Desde 2017, a Praça da Bandeira, localizada na região central, recebe a Feira de Literatura Independente da Cidade do Moreno – FELICIDADE. Organizada pelo autor, radialista, ator e diretor de teatro, Dayvton Almeida, diretor executivo da Editora Ser Poeta, em 2022 chega à 6ª edição do evento. Reunindo autores independentes, artistas, editores, agentes literários e todo um público amante da literatura, o evento tem como objetivo estimular a produção e circulação de livros na cidade, a abertura de espaços para a discussão literária e a realização de atividades pedagógicas, pensando no acesso à arte da escrita e leitura. Tudo isso orbitando ainda um ponto central: a democratização da cultura.
| Infraestrutura dos Projetos Comunitários
Atendem quase 200 crianças, adolescentes e jovens. Além da música, desenvolvem trabalho com artesanato e outras ações. A Acolher também recebe apoio financeiro da Prefeitura. Desde 2018, quando ganhou a criação do primeiro Núcleo de Conciliação fora da Capital, a sede da Associação Acolher é parceira do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) em programas que estão ajudando a melhorar a vida da comunidade. O Núcleo tem como objetivo mediar e conciliar processos civis e criminais em tramitação na Comarca de Moreno. O trabalho é feito por agentes comunitários voluntários, que receberam treinamento no Curso Básico de Mediação de Conflitos, através da Escola Superior do MPPE. “Nos países do primeiro mundo, 90% dos processos são feitos pela própria comunidade. Quando a comunidade amadurece o suficiente para dialogar entre seus pares e encontrar uma solução, todos saem ganhando”, explicou o procurador Geral de Justiça à época do lançamento, Francisco Dirceu Barros.
Contatos
R. José C de Albuquerque - João Paulo II, Moreno - PE
WhatsApp: (81) 994789896 (Maestro Zé Mário) | E-mail: acolhercontato@gmail.com - Instagram Oficial
Olinda
A cidade de Olinda possui 393.115 habitantes. A Prefeitura realiza diversas ações integradas: além do suporte ao trabalho de alfabetização com contadores de histórias, promove um concurso anual de leitura, o CLEMO, e garante a participação da rede nas feiras de livros - todos os professores também ganham um bônus para a aquisição de livros. Possui um Plano Municipal de Cultura, mas que está desatualizado.
Há nove anos que a Rede Municipal de Ensino de Olinda, diretores e coordenadores pedagógicos se mobilizam nos processos do concurso anual para o estímulo ao prazer pela leitura, que em 2021 chegou á sua oitava edição. A etapa final do VIII Concurso de Leitura das Escolas Municipais de Olinda (CLEMO) aconteceu na Biblioteca da Prefeitura de Olinda, no Sítio Histórico, onde foram escolhidos os três estudantes com as melhores colocações. No ano, o CLEMO teve 28 escolas devidamente aptas a participarem da semifinal, significando que aproximadamente dois mil estudantes do quarto ano, com idades de 9 a 10 anos, participaram do processo cujo propósito é despertar o gosto pela leitura e contribuir para o desenvolvimento de suas habilidades leitoras.
Parcerias com entidades privadas permitiram a inauguração de espaços de leitura, a exemplo da realiza em área compartilhada da Escola Municipal Gregório Bezerra e do Centro Municipal de Educação Infantil José Antônio Ferreira Sobral, na comunidade da Ilha de Santana, no bairro de Jardim Atlântico. Com um acervo com 1.200 livros, uma brinquedoteca educativa e outros materiais pedagógicos, o Canto de Leitura (como foi batizado), vai beneficiar cerca de 600 crianças (de 3 a 10 anos), além de 40 pessoas da Cooperativa de Catadores de Materiais Recicláveis (Coocencipe) e familiares. A realização desse projeto foi possível graças a uma parceria entre a Rede Educare, que aposta nas iniciativas voltadas para cultura, esporte e ações sociais e o patrocínio da Novelis, empresa com operação de laminados para fabricação de recipientes recicláveis em latas.
Além dos atrativos históricos e artísticos, a Biblioteca Pública mantém suas portas abertas para valorizar e incentivar a literatura e a poesia de Olinda, destacando-se como monumento histórico e artístico. Entre as ações estão o Leia Mulheres Olinda, que realiza encontros mensais, com o objetivo de estimular e valorizar as escritoras do município. E também um sarau da Sociedade dos Poetas Vivos de Olinda. Com a reforma recente, ganhou um espaço acessível para cadeirantes, pessoas cegas e surdas. Outra novidade é uma sala dedicada apenas a escritores de Olinda. Os livros estão passando por uma catalogação manual e em breve estarão catalogados virtualmente.
A Sociedade dos Poetas Vivos de Olinda (SPVO) é uma organização civil, informal, sem fins lucrativos, fundada no dia 1º de Junho de 1997, por um grupo de escritores apaixonados por poesia. Com o objetivo de aprimorar as técnicas literárias e apreciar as artes poéticas, reuniam-se, mensalmente, na antiga sede do Espaço de Arte Frans Post, na Rua do Bonfim, º 82, na Cidade Alta de Olinda. Até 2013, suas assembleias aconteceram, a cada primeiro domingo do mês, no Instituto Histórico de Olinda, na Avenida Liberdade, nº 214, Carmo, Olinda, com a presença de escritores de várias cidades do estado de Pernambuco, Paraíba, Ceara e Amazonas. Atualmente os encontros acontecem no 1º sábado de cada mês no Centro Cultural e de Inclusão da Pessoa Idosa de Olinda, localizada na rua Sete de setembro, Carmo (por trás da Igreja de São Pedro).
Com 25 anos de existência, desde a sua fundação, a SPVO tem sido bastante atuante nos eventos culturais, estando, sempre presente em congressos, oficinas literárias e excursões para divulgar as obras de poetas já consagrados e apresentar novos valores literários. Também realizou reuniões na Biblioteca Pública de Olinda. Possui um perfil no Instagram para quem quiser acompanhar suas atividades.
| Perfil da Biblioteca Municipal
A Biblioteca Pública Municipal de Olinda é a quinta biblioteca do Brasil e a primeira de Pernambuco, tendo sido instituída em 1830, por Decreto Imperial (mais precisamente no dia 07 de dezembro de 1830). Instalada no Convento de São Francisco, o prédio é um dos mais antigos do município (retratado até no século XVII por Frans Post). Com a transferência da Faculdade de Direito para o Recife, a Biblioteca ficou sem funcionar por várias décadas, sendo restabelecida através da Lei 4524/1983, e instituída pelo Decreto 174/1996 passando a funcionar na Casa Cem, um dos prédios mais antigos de Olinda, restaurado para esse fim. Na tentativa de inserção neste universo cultural da cidade, a Biblioteca sempre teve como missão fomentar a leitura e a informação, bem como atuar como instrumento dinâmico de acesso aos bens culturais, de preservação da memória e do meio ambiente, de incentivo à criatividade, tentando se constituir em um espaço de construção de conhecimento e exercício de cidadania. É considerada o melhor e maior acervo circulante dentre as bibliotecas públicas da Região Metropolitana (com 10 mil volumes - já teve mais, perdidos por falta de cuidados) e ocupa dois andares de um prédio colonial na também histórica Praça do Carmo.
A Biblioteca oferece aos visitantes atendimento ao público infanto-juvenil, assistência ao usuário nas pesquisas, empréstimo domiciliar mediante cadastro prévio e disponibilização do espaço para atividades comunitárias. Na parte de trás do equipamento, encontra-se a sementeira da cidade, um local arborizado e agradável de visitar.
Contatos
Av. Liberdade, 100 – Carmo, Olinda/PE
🕗 8h às 19h (seg/sexta) e 8h às 12h (sábado) • Telefone: (81) 3305-1157
| E-mail: xxxx@gmail.com | Infelizmente, não possui um perfil ativo nas redes sociais.
| Infraestrutura das Bibliotecas Comunitárias
Há quase uma década, a Biblioteca Comunitária Palmira Gregório atende os bairros do Fragoso e Cidade Tabajara, na divisa entre Olinda e Paulista. Coordenada por uma grande ativista, a sede fica localizada na Avenida Flores do Campo 345, Casa 21 (Fragoso) e tem o objetivo de promover o acesso à leitura e à educação ambiental através da coleta seletiva. Superando a ausência de governança municipal típica das divisas entre cidades no estado, mesmo no auge da pandemia continuaram em ação, orientando crianças nas tarefas escolares, emprestando livros, e até arrecadando alimentos para doações. Conheça mais sobre suas atividades através das próprias palavras da criadora, destaque em nossa seção de histórias especiais "Ativismo que Transforma".
Já nos limites entre Olinda e Recife, em um bairro com o singular nome de Peixinhos, está a Biblioteca Multicultural, criada em 2000, em meio às ruínas de um antigo matadouro de bois que se transformaram no complexo cultural 'Nascedouro de Peixinhos', após o trabalho de organização comunitária do Movimento Cultural Boca do Lixo. Filiada à rede Releitura, além de várias atividades literárias (chega ao número de 500 empréstimos por ano, com seu acervo de 3.200 livros), mantém o grupo de folclore Boizinho Menino do Nascedouro.
Projeto cultural iniciado no bairro de Ouro Preto, as “geladotecas” já fazem sucesso no Bairro Novo e no Sítio Histórico de Olinda. Geladeiras descartadas viram pequenas bibliotecas, com acesso livre para leitores de todas as idades. A proposta é compartilhar o saber sem que o usuário pague algo por isso. Quem mantém o projeto é o Coletivo Beco Cultural. Lá também é território de atuação do Instituto Mucambo e do projeto EntreLuz,
O Bairro Novo também sedia, a Biblioteca Comunitária Lar Meimei, fundada em 2006 no Lar Meimei, creche que atende a crianças de famílias de baixa renda que residem em comunidades circunvizinhas. Integrante da Releitura e da RNBC, objetiva estimular a leitura literária das mães responsáveis pelas crianças, e também contribuir para ampliar o imaginário infantil, possibilitando às crianças o exercício do ouvir e o contato com histórias orais e escritas presentes nos livros. A instituição defende a cultura da leitura como forma global de propagação de conhecimentos e instrução prazerosa do saber universal.
No bairro do Carmo, a Biblioteca Solar de Ler, do Centro de Cultura Luiz Freire, vem realizando a ação “Maleta de Leitura”, que contém 22 livros, sendo 02 de literatura juvenil, 01 de literatura adulta e 19 infantis. As “Malas de Leitura” ficam até 15 dias na casa das famílias contempladas e contam ainda com uma ficha simples para o acompanhamento e saber quais livros as crianças mais gostaram, se os pais também chegaram a ler algum livro, além de um espaço destinado para sugestões e críticas. É filiada à Releitura.
Paulista
A cidade de Paulista possui 334.376 habitantes. Não possui um Plano Municipal de Cultura. A cidade não tem atualmente projetos de referência divulgados para o público em geral.
No âmbito escolar, a Prefeitura do Paulista aposta no projeto "Aconchego da Leitura", enquanto ação do projeto Leitura na Esquina, surgiu em 2020, com o intuito de construir pontes entre os setores público e privado. O objetivo é criar salas de leitura em escolas públicas municipais, buscando, com isso, contribuir para o processo de formação dos jovens leitores. "Nossa ideia é democratizar o acesso ao livro e garantir o direito da criança de se desenvolver enquanto cidadã, por meio da leitura". A realização do projeto é resultado de uma parceria entre a Secretaria de Educação, o Projeto Leitura na Esquina, a empresa Junqueira Viagens e Turismo e a escola de idiomas CNA Paulista. Ao todo, os alunos podem fazer suas pesquisas nas 26 bibliotecas da rede municipal de ensino.
O Paulista North Way Shopping, localizado no centro de Paulista, também recebeu, em 2021, a edição itinerante da Bienal Internacional do Livro de Pernambuco que foi acessível também de forma remota na plataforma E-Bienal Programação (e-bienal.com).
| Perfil da Biblioteca Municipal
[Não Possui]
A precária biblioteca pública do município fica ao lado da Escola Municipal Firmino da Veiga, no Centro. Em 2020, chegou a ser anunciada uma reforma para adequar o espaço à finalidade pretendida, mas até agora não se sabe o que ocorreu.
| Perfil da Biblioteca do IFPE
O novo campus do Instituto Federal de Pernambuco em Paulista está em fase de conclusão no acabamento de suas obras e em preparação para receber mais de 780 estudantes, assim que possível. O campus provisório ficava às margens da PE-15, e após a finalização, estárá localizado na Avenida Brasil, em Maranguape 1, com maior estrutura e recursos para oferecer ensino de qualidade para jovens e adultos. O campus também receberá futuramente alunos para ensino médio integral, contando com espaço para quadra e piscina.
Entretanto, a comunidade conta com a Biblioteca Clarice Lispector desde 2015, dotada de um acervo de aproximadamente 1.500 livros, além de mesas de estudo, três computadores com acesso à internet, bem como o apoio de dois bibliotecários. A maior parte acervo é composta por livros técnicos concernentes aos cursos regulares ofertados pelo Campus, mas também títulos clássicos e contemporâneos da literatura nacional e internacional - e sobre muitos outros assuntos, como disciplinas de concursos e vestibulares. Aberta à população, os usuários da comunidade em geral podem consultar internamente as obras do acervo, com catálogo disponível on-line.
Contatos
Av. Prefeito Geraldo Pinho Alves, Nº 1.400, Maranguape I, Paulista (Temporário)
🕗 7h às 18h (seg/sex) • Telefone: (81) 3117-9402/9416
| E-mail: biblioteca@paulista.ifpe.edu.br | Instagram Oficial

| Infraestrutura dos Projetos Comunitários
Há quase uma década, a Biblioteca Comunitária Palmira Gregório atende os bairros do Fragoso e Cidade Tabajara, na divisa entre Olinda e Paulista. Coordenada por uma grande ativista, a sede fica localizada na Avenida Flores do Campo 345, Casa 21 (Fragoso) e tem o objetivo de promover o acesso à leitura e à educação ambiental através da coleta seletiva. Superando a ausência de governança municipal típica das divisas entre cidades no estado, mesmo no auge da pandemia continuaram em ação, orientando crianças nas tarefas escolares, emprestando livros, e até arrecadando alimentos para doações. Conheça mais sobre suas atividades através das próprias palavras da criadora, destaque em nossa seção de histórias especiais "Ativismo que Transforma".
Recife
A cidade do Recife possui 1.653.461 habitantes. As ruas, pontes, os rios e casarios do Recife têm vocação literária – já foram cenário ou personagem nas obras de escritores e poetas consagrados na literatura nacional. João Cabral de Melo Neto, Ascenso Ferreira, Raimundo Carrero, Manuel Bandeira, Clarice Lispector e Marcelino Freire são só alguns dos muitos que já escreveram sobre a cidade.
Recife tem pelo menos 4 centros permanentes voltados à leitura, além de instituições com acervos especiais (como o Gabinete Português de Leitura, o Arquivo Público, a FUNDAJ e o Instituto Ricardo Brennand). Sem contar com os acervos disponíveis nas universidades (UFPE, UPE, UNICAP, dentre outras) e festivais autorais diversos. A Biblioteca Pública do Estado e a Biblioteca Popular de Afogados são espaços culturais oferecidos à população, que agregam diversas outras ações. Além dos benefícios trazidos pela leitura, esses locais permitem a realização de atividades que integram toda a comunidade.
O Circuito da Poesia é formado pelas estátuas de Antônio Maria (Rua Bom Jesus), Joaquim Cardozo (ponte Mauricio de Nassau), Capiba (Rua do Sol), Carlos Pena Filho (Praça da Independência), João Cabral de Melo Neto, na Rua da Aurora; Manoel Bandeira, também na Aurora; Clarice Lispector, Praça Maciel Pinheiro; Mauro Mota, na Praça do Sebo; Chico Science, no memorial do artista (Rua da Moeda); Solano Trindade, no Pátio de São Pedro; Ascenso Ferreira, no Cais da Alfândega; e Luiz Gonzaga, na Estação Central do Metrô. O projeto tem o objetivo de homenagear artistas da cultura pernambucana e aproximar a história deles dos recifenses.
Aos interessados no universo das letras, o Festival Recifense de Literatura - 'A Letra e a Voz' oferece, durante uma semana, seminários, oficinas, debates com escritores, lançamentos de publicações, mostra de cinema e a Festa do Livro. Realizado sempre no mês de agosto, o evento também conta com a participação de escritores renomados escritores locais e nacionais. Em 2022, realizará a 19ª edição, na Avenida Rio Branco, no Bairro do Recife.
| Perfil das Bibliotecas Municipais
Implantadas pela Prefeitura da Cidade do Recife através da DDC (Diretoria de Documentação e Cultura) na década de 50, as bibliotecas foram uma referência cultural, marco importante na sociedade da época enquanto centros de acesso à produção intelectual nacional, acesso à literatura estrangeira e ao livro enquanto fonte de pesquisa, informação e fruição, bem como ao convívio social e intelectual num ambiente prazeroso e de forma gratuita.
A Biblioteca Popular de Afogados teve a sua instalação autorizada em 05 de março de 1952, pela Prefeitura da Cidade do Recife, através da Lei n° 1696. O projeto e a construção do edifício esteve sob os cuidados do arquiteto Fernando Menezes da Prefeitura, enquanto o mobiliário foi desenhado por Aloísio Magalhães. Já a Biblioteca Popular de Casa Amarela foi autorizada através da Lei n° 436 de 1949 pela Prefeitura da Cidade do Recife, e sua construção projetada pelo arquiteto Heitor Maia Neto. Recentemente, a Biblioteca recebeu o nome de Jornalista Alcides Lopes, através do projeto de Lei 17119 sancionado pelo Prefeito João Paulo em 17 de outubro de 2005.

| Perfil da Rede de Bibliotecas pela Paz (Compaz)
A Rede de Bibliotecas pela Paz faz parte da Secretaria de Segurança Urbana da Prefeitura da Cidade do Recife. É composta pela Biblioteca Popular de Casa Amarela Jornalista Alcides Lopes, Biblioteca Popular de Afogados Jornalista Ronildo Maia Leite, Biblioteca Afrânio Godoy (Compaz Governador Eduardo Campos) e Biblioteca Carlos Percol (Compaz Escritor Arianio Suassuna). Tem como missão prevenir a violência e fortalecer a cidadania, fomentando a relação cotidiana da comunidade com a leitura, a escrita e o aprendizado.
Contatos
Lista de Endereços e Telefones |
| E-mail: coordenacao@orquestracriancacidada.org.br | Website Oficial / Instagram OCC Oficial /

| Perfil da Biblioteca do Gabinete Português de Leitura
O Gabinete Português de Leitura é uma instituição cultural sem fins lucrativos, não recebe subsídios oficiais quer de brasileiros quer de portugueses e se mantém graças a doações de beneméritos do passado e das cotas pagas pelos sócios da entidade. O GPL-PE é também uma casa de cultura e possui uma sala de exposições com peças originais expostas das primeiras travessias do Atlântico Sul, fotografias dos aviadores, peças iconográficas, um auditório para 150 pessoas que funciona também como sala de cinema e um Salão Nobre.
Sua Biblioteca, que é, sem dúvida, uma das mais importantes bibliotecas do Recife foi crescendo ao longo dos anos e hoje possui um acervo de referência contando com cerca de 70.000 livros das áreas de literatura, história e assuntos gerais, onde encontram-se obras raras do século XVII, XVIII, XIX e também do século XX e contemporâneos, pois a biblioteca vai sendo atualizada. Recentemente passou por reformas e hoje a sala de consultas é climatizada e conta com Wi-Fi e um computador. Atualmente, possui cerca de 31.698 títulos que vão sendo atualizados constantemente e que podem ser consultados pelos usuários em nosso catálogo online. Além de demais livros ainda em processo de organização e catalogação.
Para solicitar a obra para consulta basta enviar um e-mail para biblioteca, informando: assunto, autor, ano etc.

| Infraestrutura das Bibliotecas Comunitárias
Distante das políticas de lazer, as crianças da Vila Santa Luzia, comunidade no bairro da Torre, estavam fadadas a observar de longe o desenvolvimento urbano da Zona Norte do Recife. A região tomada pelos imóveis mais caros da cidade soma parques públicos. Em contrapartida, a infância local mergulha no Rio Capibaribe para emergir com o sustento, facetando trabalho em diversão. Inquieto com o que via da sua janela, o marceneiro Claudemir Amaro da Silva construiu uma possibilidade para que os pequenos pudessem sonhar: a Rioteca. Ao longo de 12 anos, seu esforço vem se materializando em um espaço sustentável de ‘brincadeira, alegria e amizade’.
Outro grande destaque da capital é o brilhante trabalho da Biblioteca Caranguejo Tabaiares, uma organização sem fins lucrativos, integrada ao Centro Educacional e Cultural Caranguejo Tabaiares. Criada em outubro de 2005 com o objetivo de desenvolver o interesse das crianças e dos jovens pela leitura e oportunizar o acesso aos livros para a comunidade, contribui para a luta pela democratização do acesso à leitura através da participação nos fóruns e outras políticas públicas, além de oportunizar atividades que atendem em média, cerca de 100 crianças e adolescentes ao mês. A equipe da BCCT é formada por moradores do bairro, prioritariamente jovens. O bairro onde a biblioteca se localiza é marcado pela exclusão social e por sua luta pela conquista do território e pela melhoria das condições de vida, por isso, somar esforços é fundamental.
E na zona sul, a preciosidade da luta da Livroteca Brincante do Pina, símbolo de resistência cultural na comunidade do Bode e criada em meio às palafitas. Criada na Maré do Pina (Recife/PE), e localizada atualmente em outro espaço, tornou-se o primeiro Ponto de Leitura do País. Hoje, é um projeto de incentivo à leitura, integração artística, cultural e ambiental que tem como base uma biblioteca comunitária em uma área esquecida pelos governos.
Há ainda a Biblioteca Popular do Coque, que há 14 anos luta pelo direito à literatura na Ilha de Joana Bezerra, e a Cepoma (Brasília Teimosa), além da Biblioteca Comunitária Amigos da Leitura (Alto José Bonifácio).
E o Instituto Shopping Recife, desenvolve ações na Entra Apulso (comunidade adjacente) em apoio à educação formal das escolas públicas localizadas na comunidade, de modo que crianças, adolescentes e jovens possam ampliar seu universo cultural e educacional. Elas abrangem atividades lúdicas, aulas passeios, cursos preparatórios para acesso ao ensino técnico e superior, assim como melhoria do desempenho e motivacional para permanência na escola.
São Lourenço da Mata
A cidade de São Lourenço da Mata possui 114.910 habitantes. Não possui um Plano Municipal de Cultura. A cidade não possui atualmente projetos de referência divulgados por parte da Prefeitura.
| Perfil da Biblioteca Municipal
[Não Possui]
A Prefeitura chegou a inaugurar em 2011 a Biblioteca Pública Municipal Clodoaldo Gomes de Araújo (na Rua Joaquim Nabuco, 158 “Rua do Rosário”), para abrigar um acervo de mais de 3 mil livros. Foi anunciado teria disponível um sistema de consultas e empréstimos de livros a população, além de um telecentro equipado com computadores (?). Segundo o Secretário de Turismo, Cultura, Esportes e Juventude à época (e também atual, Adalberto Epaminondas), a biblioteca foi criada a partir do Programa Mais Cultura (do antigo Ministério da Cultura). O nome é uma homenagem ao jornalista Clodoaldo Gomes de Araújo, que teria dedicado grande parte de sua vida a prestação de serviços públicos a São Lourenço da Mata. Além de ter sido vice-prefeito e vereador do município por três mandatos, é o autor do brasão da cidade e responsável pela construção do antigo Clube Ipiranga.

| Perfil da Biblioteca do SESC
Em funcionamento desde março de 2007, o Sesc Ler São Lourenço da Mata foi inaugurado oficialmente em março de 2008 e beneficia a população do município e cidades vizinhas com serviços de educação, lazer e cultura. A unidade conta ainda com um trabalho de valorização do idoso e ações educativas na área de saúde e meio ambiente. Desenvolve projetos bastante ricos com foco na Literatura, buscando despertar o hábito da leitura e da escrita nos estudantes. “Por isso escolhemos escritores locais para que os alunos o conheçam pessoalmente”, ressalta Elisama Gonçalves uma das coordenadoras. Os autores participam de uma conversa para falar sobre sua história e obras. Em 2019, estudantes chegaram a gravar pequenos filmes baseados nas obras!
Contatos
Avenida das Pêras, 56 - Tiúma, São Lourenço da Mata
🕗7h30 às 16h30 (seg/sex) • Telefone: (81) 3525-9033
| E-mail: bibliotecasaolourenco@sescpe.com.br | Instagram Oficial

| Perfil dos Projetos Comunitários
O projeto Geladeira Cultural, do Sesc em parceria com o Coletivo Periferia e Cidadania, amplia o acesso dos moradores da cidade às obras literárias. O projeto, que transforma o refrigerador em situação de descarte em uma biblioteca didática para quem deseja adquirir conhecimento, foi inaugurado em 2017, no Centro Cultural Pixete Patrimônio, na Rua Nova Esperança A - foi o segundo equipamento em atividade no estado.
Mesa de conversas, palestras, oficinas e apresentações artísticas compõem a programação da Feira Literária da Periferia (Flipe), que durante os dois dias de atividades, levou programação gratuita para o público de todas as idades ao Sesc Ler. A iniciativa, que aborda como tema “Ler é descobrir o lado bom da vida”, é organizado pelo movimento Periferia & Cidadania e teve como objetivo despertar o interesse de crianças, adolescentes e adultos pelo mundo da literatura, sempre com a perspectiva de valorizar a produção dos talentos locais.
A ONG Transformação pelo Amor oferece à sociedade acesso à Biblioteca, através da qual empresta livros e recebem doações de obras didáticas e paradidáticas. Lançaram em 2022 também o projeto 'Semeando Sonhos', a primeira turma de alfabetização para mulheres - com aulas semanais.